No dia 25 de janeiro, durante as comemorações do aniversário da cidade de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) enfrentou protestos de todos os ladosAo sair da missa em homenagem aos 453 anos da capital paulista, na catedral da Sé, Kassab se deparou com manifestantes que protestavam por moradia e contra a política de “higienização” que já vem sendo aplicada desde a gestão José Serra. O prefeito iria reinaugurar a praça da Sé, que passou por uma reforma de oito meses. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Kassab reagiu aos protestos erguendo os punhos aos gritos de “São Paulo, São Paulo!”, o que teria constrangido seus seguranças e assessores.

A reforma da Sé incluiu a instalação de canteiros que impedem o acesso ao lago artificial, onde os mendigos tomavam banho, e a substituição dos bancos existentes por outros menores, para não permitir que se durma no local. Para o representante da Pastoral Operária, Paulo Pedrini, trata-se evidentemente de uma política de “‘higienizar´ a cidade, afastando os moradores de rua das áreas centrais”, disse ele.

Durante o dia, Kassab enfrentou ainda um grupo de estudantes que o perseguiu pelos eventos dos quais participava. Os manifestantes, que fazem parte de uma frente de luta contra o aumento das tarifas, chegaram até mesmo a atrapalhar o almoço do prefeito.

Na sua edição 249, de fevereiro de 2006, o jornal Opinião Socialista denunciou as medidas de Serra para espantar os moradores de rua, como a rampa antimendigo instalada numa das extremidades da avenida Paulista, a expulsão de moradores do viaduto na rua João Moura e despejos em desocupações urbanas. Kassab apenas está dando seqüência aos planos do ex-prefeito tucano.