Foto Wilson Dias/Agência Brasil
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Temer e a maioria dos deputados corruptos do Congresso estão fazendo escola em todo o Brasil, e no Macapá não está sendo diferente. No início da manhã de sexta (23), o Projeto de Lei que acaba com o plano de carreira dos servidores municipais, uma conquista de muitos anos de luta e enfrentamentos, foi aprovado em 2º turno, com voto de 80% dos vereadores das legendas envolvidas em escândalo de corrupção. Esse projeto e seus mecanismos de encaminhamento foram marcados por irregularidades e truculência, a partir de denúncias da OAB/Macapá (Ordem dos Advogados do Brasil) na imprensa.

Entenda o caso
Por força de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o judiciário, o prefeito Clécio Luiz (Rede) foi obrigado a anunciar a realização de concurso público. Foram mais de 800 contratos administrativos feitos por uma gestão marcada por muita propaganda e pouquíssima ação concreta para diminuir o sofrimento da população.

Para se ter uma ideia, em seis anos de gestão, nenhuma escola ou creche foi construída, a tarifa do transporte público aumentou duas vezes e a defasagem salarial de servidores continua, com zero de reajuste, ainda aumentou os impostos com uma Reforma do Código Tributário, penalizando os mais pobres.

Ocorre que o prefeito, justificando-se pela escassez de recursos, apresentou um projeto que simplesmente acabava com a isonomia entre ativos e novos servidores, além de afirmar que era preciso mexer no plano de carreira para garantir salário justo.

O sindicato dos servidores municipais, dirigido majoritariamente pela CSP-Conlutas, rechaçou tal proposta e chamou os servidores a resistirem, nas ruas, contra tudo isso.
Uma ampla campanha que contou com o auxílio de outras centrais sindicais e, incorporando a luta contra a reforma da Previdência, colocou nos postes da cidade a cara dos parlamentares traidores e cobriu escolas com o boletim da entidade.

Várias manifestações, inclusive com ocupação da Câmara Municipal, não foram suficientes para barrar o ataque!

E quem foi que votou com o prefeito? Também o Psol? Sim, infelizmente!
A maioria dos vereadores da Câmara representam interesses dos patrões e dos governos. No entanto, a surpresa se estendeu também a um parlamentar do PSOL que, por duas ocasiões, ajudou o prefeito a destruir uma conquista que terá várias repercussões negativas na vida dos servidores.

Isso porque, além do arrocho salarial, Macapá atravessa uma crise econômica sem precedentes, como a segunda capital na região com o maior custo de vida, uma onda de violência assustadora e índices de desemprego que atingem a casa de 14% da população economicamente ativa.

Seguiremos no combate e na denúncia desses traidores. o Plano de Carreira é uma conquista e não vamos dar tréguas. A categoria tem disposição de luta e vamos utilizar isso para dar o troco neles. Já estamos tomando medidas judiciais, mas principalmente reorganizando o processo de mobilização para enfrentar esse ataque”, afirmou Iaci Pelaes, vice-presidente do sindicato.

Com informações de Clodoaldo Rodrigues, pela executiva estadual do Amapá