Vanessa Portugal, pré-candidata ao governo do estado. Abaixo, a mesa e a plenária do ato
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Em uma noite com temperatura agradável, em Belo horizonte, cerca de 200 pessoas presenciaram o lançamento da pré-candidatura de Zé Maria, além das pré-candidaturas mineiras para o governo do estado e para deputados federais e estaduais. Para o governo de Minas Gerais o PSTU lançou o nome de Vanessa Portugal. Ela ingressou no partido em 1997 e já concorreu à prefeitura da capital mineira em 2004 e 2008. Vanessa faz parte do Sindicato dos Professores da Rede Municipal (Sindrede).

Compondo a mesa do ato estavam, além de Vanessa Portugal e Zé Maria, os pré-candidatos a deputado federais: Giba da oposição metalúrgica de Belo Horizonte e Contagem; Valério do sindicato Metabase de Congonhas; Geraldo ‘Batata’, da oposição metalúrgica; Anderson, metalúrgico da cidade de Divinópolis; e Viola, metalúrgico de Itajubá. Representando a juventude do partido esteve Mariah Mello.

As pré-candidaturas mineiras se caracterizam por ter peso significativo no setor operário. “Ressalto que as pré-candidaturas do partido são de companheiros trabalhadores que estiveram e estão a frente das lutas da classe trabalhadora. É uma satisfação enorme estar junta a esses companheiros” , disse Vanessa. Outro fator que ilustra e demonstra a inserção do PSTU no setor operário é o número de entidades de metalúrgicos e da mineração presentes no ato. Das 24 entidades que estavam na atividade, 11 são de setores operários.

Vanessa começou sua fala com a denúncia da falsa polarização eleitoral entre PT e PSDB. “Não existem dois projetos políticos que separam esses dois partidos, existe um projeto o do PT e do PSDB são iguais e representam os patrões e não aos trabalhadores. É o mesmo projeto político. Temos o objetivo de convencer a classe trabalhadora que esses dois partidos tem o mesmo projeto.”

A candidata ressaltou a importância de a esquerda sair unida nas eleições de 2010. “Esta atividade está a serviço da construção da frente. Uma candidatura socialista e classista estaria mais completa junto com o PSOL e o PCB. Mas esta frente deve ser independente de patrões. Ela deve ter princípios”, disse.
Carlos Campos, um dos representantes do PSOL presente no ato criticou a postura deste partido em cogitar uma aliança com Marina Silva do PV. “Neste momento estamos debatendo entre nós a possibilidade de reeditar a frente de esquerda, e também existe uma possibilidade, a meu ver equivocada de sairmos com Marina”, disse.

Assim que o companheiro do PSOL terminou a fala o plenário entoou a palavra de ordem: “Frente de Esquerda é pra valer não a Marina, aos tucanos e o PT”.
Zé Maria fez um balanço dos quase oito anos de governo Lula. “O Lula é visto, ainda hoje, como o melhor presidente que este país já teve. Fazer este balanço não é fácil, mas é fundamental. As pessoas esperavam do governo uma inversão de prioridades. Devemos fazer um balanço do ponto de vista de nossa classe. Os bancos deste país passaram a cada ano a anunciarem recordes de arrecadação e para classe trabalhadora o que sobra são migalhas”, denunciou.

De acordo com Zé Maria é necessário explicar para classe trabalhadora a verdadeira natureza do governo Lula “enquanto a classe trabalhadora não souber identificar seus inimigos”.

Outra razão, segundo Zé Maria, para se participar das eleições é a necessidade de discutir com os trabalhadores uma alternativa de sociedade, socialista e igualitária. “Para que isso seja possível temos que atacar os esteios da sociedade capitalista. Temos que superar o limite dessa sociedade”, disse. E como ações concretas foram citadas a reestatização da Vale para que os recursos oriundos desta empresa sejam utilizados para financiar moradias populares e o transporte público; o não pagamento da dívida externa; a estatização sistema financeiro; e atacar o cerne do capitalismo, a propriedade privada.

Zé Maria denunciou também o caráter da candidatura Marina Silva. “A própria Marina disse que ela tem toda tranquilidade em relação ao seu projeto, pois as bases econômicas já vem sendo consolidada desde 1995”, ou seja, será uma continuação da política neoliberal iniciada por FHC.

Para finalizar, Zé disse que as candidaturas devem expressar a luta dos trabalhadores, além de estarem a serviço do avanço da organização da classe. “A melhor forma da esquerda socialista assumir esta tarefa é com uma frente de esquerda para que juntos em melhores condições possamos dar combates as outras posições. Unidos teremos mais força”, disse.