Assembleia no Estádio Vila Capanema

Infelizmente, a direção estadual da APP Sindicato, defendeu a saída da greve, aceitando a proposta ruim e incerta do governo Beto Richa (PSDB), assinada pelo líder da “bancada do camburão”, Ademar Traiano (PSDB). Após o massacre violento em 29 de abril, o governo demonstrou mais uma vez que não respeita os trabalhadores, apresentando proposta que não atende a pauta da categoria.

Esta proposta não contempla a Lei Nacional do Piso, não repõe a inflação do período (de 8,17%), não considera o reajuste dos educadores contratados em regime PSS, não garante que teremos eleições para diretores e não se compromete em não perseguir os diretores e diretoras que apoiaram a construção da greve.

O reajuste consiste em o estado pagar 3,45% de aumento (inflação de maio a dezembro de 2014) em uma única parcela, somente em outubro deste ano. A inflação de 2015 será corrigida só em janeiro de 2016. As perdas inflacionárias de 2016 serão pagas em janeiro de 2017. A proposta diz ainda que a reposição da inflação de janeiro a abril de 2017 será paga em 1 º de maio daquele ano.

Enquanto terminávamos este texto, os deputados estaduais acabavam de votar a proposta de 3,45% de reajuste para educação para outubro, e reajuste em parcela única de 8,17% para os trabalhadores do judiciário estadual. Por que abrimos mão do reajuste em parcela única de 8,17% para a educação estadual?

Mais uma vez o limite da greve foi a direção
Desde o início, a força desta greve se deu devido ao ímpeto de luta dos trabalhadores pela base. Se fizermos um breve histórico, veremos que nos momentos decisivos a direção estadual do sindicato fez recuar o movimento enquanto o correto seria avançar. É importante frisar que esta política sempre favoreceu a ofensiva do governo.

O que mais precisará ocorrer para a direção estadual aprender a não confiar nas promessas de Beto Richa e aproveitar a correlação de forças a nosso favor? Na greve de 2014, a direção defendeu aceitar a proposta parcelada e pôs fim a greve, o resultado foi que parte importante da pauta não foi atendida. Em fevereiro deste ano, derrubamos o “pacotaço” e colocamos o governo contra a parede. A maioria da população apoiava o movimento grevista e, ao invés de aproveitar a correlação de forças, a direção defendeu dar uma trégua ao governo, que ganhou tempo para articular o ataque a previdência dos servidores.

Em abril deste ano, retomamos a greve para barrar o projeto da previdência, o mesmo foi aprovado em 29 de abril na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), sob a maior repressão já vista na história do Paraná. Como vemos, a direção estadual não aprende com os erros, recua quando o momento é o de avançar para por o inimigo na lona.

Depois da violência policial em 29 de abril, ganhamos mais força e apoio em meio à população. O movimento “Fora Beto Richa” está crescendo em todo estado e somente 5% da população apoia Richa. A experiência demonstrou que não podemos confiar neste governo, a única forma de barrarmos os ataques é derrubando Richa. Estamos no primeiro ano de seu segundo mandato e, caso ele se mantenha, teremos mais três anos de ataques duros aos trabalhadores.

A greve foi encerrada em um momento em que era possível e necessário intensificá-la. A tática correta seria manter a greve, pressionar para melhorar a pauta e intensificar o movimento “Fora Beto Richa”. O governo está encurralado, sem apoio da esmagadora maioria do povo, esta tática poderia obrigar o governo a melhorar a pauta da educação e quem sabe até derrubar Beto Richa. Isto está colocado na conjuntura, a condição é que o movimento “Fora Beto Richa” ganhe força nas massas. Mais uma vez a opção da direção estadual da APP foi dar uma trégua ao governo, pior, dando voto de confiança em suas promessas.

Campanha de sindicalização pra mudar a direção cutista-petista
Esta greve mostrou que a maioria da base está insatisfeita com a direção estadual da APP. Devido ao descontentamento, muitos trabalhadores não estão filiados ao sindicato e muitos falam em se desfiliar após a experiência desta greve. Nós achamos que este não é o caminho, o sindicato é dos trabalhadores e precisa ser resgatado e controlado pela classe.

Isso ocorre porque a maioria dos trabalhadores descontentes não está sindicalizada e não pode votar para mudar a direção do sindicato. Por isso, defendemos uma ampla campanha de sindicalização pra mudar a direção! A APP é um forte instrumento de luta e precisa ser devolvido aos trabalhadores.

Esta direção está aí há muitos anos e hoje está na base de apoio do governo federal de Dilma e Levy. O ajuste fiscal de Beto Richa ocorre no mesmo contexto dos ataques e retirada de direitos que o governo federal está aplicando. O PT é o partido que está aliado à grande burguesia e está governando para ela, implementando o ajuste fiscal nacional, é extremamente importante compreender o limite das direções petistas e cutistas no movimento de massas, que cumprem papel de agentes diretos do governo federal no seio da classe trabalhadora, e mesmo quando enfrentam governos tucanos, esbarram na adaptação às instituições democrático burguesas e no apelo a “governabilidade”.

Oposição da CSP-Conlutas organizará encontro estadual
A CUT passou de mala e cuia para o campo do governo federal, isso ocorre por que o governo do PT cooptou a maioria das direções dos movimentos sociais e sindical do país. Hoje, é um fato que o governo da presidenta Dilma (PT) faz um duro ajuste fiscal e ataca os direitos e conquistas da classe trabalhadora brasileira. Diante disto, a localização política da CUT, na base de apoio ao governo federal, limita o horizonte de lutas e combatividade desta central, que se acostumou a colaborar com a governabilidade.

A oposição APP de Luta e Pela Base, filiada à Central Sindical e Popular CSP-Conlutas, irá organizar um encontro estadual para debater a educação no segundo semestre, o objetivo é fortalecer uma alternativa de luta pela base na educação estadual. Todos e todas que estão descontentes com a direção estadual cutista poderão participar.

O Paraná inteiro grita: Fora Beto Richa
Só temos um caminho, este governo tucano não é mais legítimo diante da população, só se sustenta devido às leis e instituições burguesas que o mantém no poder. Parte importante dos grandes empresários do campo e da cidade ainda quer Beto Richa no governo, eles fazem parte da minoria rica e privilegiada que estão entre os 5% que ainda apoiam o governador.

É hora de fortalecer a campanha “Fora Beto Richa” nas ruas, bairros, escolas, igrejas, movimentos, entidades e em todas as bases, porque a maioria do povo apoia a palavra de ordem “Fora Beto Richa”. Os partidos e organizações que atuam no seio da classe trabalhadora têm a responsabilidade e a obrigação de se colocar na vanguarda desta política, somando forças e ajudando a massificar os comitês “Fora Beto Richa”.

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