Esta era a mensagem afixada em uma grande faixa colocada por trabalhadores na Acrópole, um dos monumentos símbolos de Atenas. A foto correu o mundo, junto com a notícia da grande greve geral que sacudiu a Grécia no dia 5 de maio.

Se a crise econômica grega é só a expressão da crise geral do capitalismo na Europa em seu elo mais frágil, aquela greve geral também pode ser um exemplo para todo o proletariado europeu.

Depois que os governos gregos dedicaram bilhões de dólares para salvar os bancos, agora querem fazer com que os trabalhadores paguem a conta, com o congelamento dos salários e ampliação da idade de aposentadoria para 67 anos.

A reação dos trabalhadores foi dura na terceira greve geral que sacudiu o país. Pararam as principais fábricas, o comércio, os serviços públicos. Uma gigantesca mobilização – os cálculos variam de 150 a 300 mil pessoas – percorreu as ruas da capital, na maior mobilização em 30 anos.

As burocracias sindicais dividiram as passeatas. A GSEE (Confederação Nacional dos Sindicatos da Grécia) e a ADEDY (Confederação de Sindicatos do Setor Público), dirigidas pelo PASOK (partido socialista, que apoia o governo atual), convocaram uma concentração para a avenida Alexandras, enquanto a PAME (central controlada pelo Partido Comunista grego) chamava para a praça Syntagma. Além disso, outra mobilização, convocada pela esquerda extraparlamentar, se reunia em frente a Politécnica.

Uma manifestação espontânea tentou invadir e ocupar o parlamento, que no dia seguinte iria votar o pacote de arrocho imposto pelo FMI. Com gritos de “ladrões”, “mentirosos” e “não pagaremos por seus roubos”, a manifestação se enfrentou com uma repressão violenta.

Alguns coquetéis molotov arremessados contra agências bancárias acabaram em tragédia. O gerente tinha trancado trabalhadores dentro de uma das agências. Houve um incêndio, três bancários não puderam sair a tempo e morreram asfixiados.

A Grécia hoje é uma vanguarda nas lutas contra os planos de austeridade impostos pelos governos. O bloqueio de suas direções sindicais é um fato. Basta dizer que as principais centrais são dirigidas pelo partido socialista que apoia o governo. Isso é o que impede a passagem de uma série de greves gerais parciais a uma greve por tempo indeterminado. Mas, mesmo assim, a dimensão das lutas faz o governo Papandreu e seu plano econômico balançarem. Se esse plano econômico for derrotado, os proletariados de outros países poderão fazer o mesmo.

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