As principais centrais sindicais de Portugal, a UGT e a CGTP, convocaram uma greve geral para o dia 24 de novembro. Será a segunda greve geral conjunta, já que a primeira, e única, aconteceu em 1988, contra o pacote trabalhista do então primeiro-ministro Cavaco Silva.

“A crise social em Portugal, a dureza dos ataques do governo ‘socialista’ de Sócrates e as greves gerais já realizadas em todos os outros países da Europa foram fatores de pressão para esta convocatória”, avalia a organização Ruptura/FER, seção portuguesa da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI).

Recentemente, o governo anunciou o orçamento para 2011, que prevê cortes de verbas e privatizações. Está prevista uma diminuição no orçamento da segurança social de 984 milhões de euros. A ação social sofrerá um corte de 5,5% e o seguro desemprego, de 6,9%. Na saúde e educação, os cortes serão de 12%. O orçamento prevê um avanço nos planos de privatização das estatais. Na lista está a CTT (correios), que se soma à TAP (aviação), além das participações do Estado na EDP (energia) e na REN (rede elétrica). O resultado será a degradação de serviços públicos e a diminuição de receitas para o Estado.

A greve geral vem recebendo adesões a cada dia. Os sindicatos do setor da aviação civil já aderiram, denunciando ataques inadmissíveis do governo à negociação coletiva. A greve já tem o apoio massivo do setor dos transportes – 18 sindicatos já aprovaram resolução.

Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) – maior banco do país – também aderiram à greve.

O congelamento de carreiras e promoções, a anulação do direito constitucional à negociação coletiva e a redução salarial que irá abranger todos os trabalhadores estão na origem do descontentamento. Os três sindicatos dos bancários vão aderir. É a primeira vez que participam de uma greve geral.

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