Dia será marcado por greves e mobilizações

À conta da chamada “crise”, o governo de Passos Coelho/Paulo Portas aprovou a maior ofensiva contra os salários, as pensões de reforma e os direitos dos trabalhadores e da população. Os cortes nos serviços de saúde e no ensino público, a subida de todos os impostos e taxas (na alimentação, na habitação, nas portagens das estradas), o brutal aumento dos transportes, da eletricidade e do gás, a par do roubo de 2 salários (13o e subsídio de Natal) e da maior diminuição dos salários mensais da Administração Pública, afetando milhões de trabalhadores, são motivos de indignação e revolta popular.

Como se este brutal ataque não bastasse, os capitalistas e banqueiros querem mais e aproveitam a ocasião para exigir alterações nas leis laborais para permitir o despedimento sem justa causa e reduzir a quase nada as indemnizações para os trabalhadores despedidos. Da parte do governo estas alterações são bem acolhidas e ainda agravadas com uma menor duração para o subsídio de desemprego, como se fosse fácil encontrar trabalho num país que já tem perto de 1 milhão de desempregados.
A situação é de profunda indignação na população pobre e trabalhadora, e os ricos continuam a ficar cada vez mais ricos, dentro e fora do governo. É tempo desta indignação se transformar em revolta. E o dia de Greve Geral convocado para 24 de Novembro é mais uma oportunidade de trazermos à rua a nossa revolta pelo roubo que estão a fazer-nos, querendo que sejamos nós todos a pagar uma dívida que foi utilizada pelos capitalistas e seus governos para encherem os seus cofres e contas bancárias e continuarem a viver que nem reis enquanto milhões de trabalhadores e pensionistas passam por situações de miséria.

Esta dívida não é nossa e por isso devemos exigir a imediata suspensão do seu pagamento, tal como foi votado na manifestação de 15 de Outubro, na assembleia popular que reuniu milhares de manifestantes em Lisboa e ocupou a escadaria do Parlamento, em São Bento.

O dia 24 de novembro será o dia em que milhões de trabalhadores irão participar na Greve Geral, nas empresas e serviços, mas também na rua em concentrações e manifestações. Neste sentido, a manifestação para esse dia convocada pelos movimentos que organizaram o 15 de Outubro em Lisboa deverá ser a manifestação unificadora das indignações dos trabalhadores de vários sectores, dos precários, dos desempregados e da juventude estudantil. Será também a expressão deste descontentamento que dará maior garantia de continuidade dos protestos e da luta até à derrota da política deste governo e da troika.

A atual política seguida por vários governos da União Europeia conduz a maior parte dos trabalhadores à fome e à pobreza, quer seja em Portugal, na Grécia, em Espanha ou na Irlanda. É urgente combater esta política e este tipo de UE ao serviço do capital e que provocou a crise.

Perante a crise que afeta a Europa, a resposta dos trabalhadores também tem de caminhar para ser unificada por toda a Europa. Se as velhas centrais sindicais e as esquerdas parlamentares não dão resposta, o que é preciso é dar fôlego aos novos movimentos de contestação que estão a surgir pela Europa e pelo mundo e que podem assumir uma dinâmica anticapitalista.