No dia 10 de maio, em uma festa com mais de 300 pessoas, foi anunciada a fundação do Movimento Alternativa Socialista (MAS), o mais novo partido filiado a LIT-QI. O MAS foi construído a partir de ex-integrantes do Bloco de Esquerda, que pertenciam à corrente Ruptura/FER.

A Ruptura/FER integrava o Bloco de Esquerda desde 1999, ano de sua fundação e, dias atrás, tornou pública a sua desfiliação desse partido num manifesto com 217 assinaturas. No congresso de fundação do MAS foram aprovados o seu Manifesto Programático e os seus Estatutos. “O Bloco passou a defender o mesmo que a social-democracia sobre o problema da dívida, ou seja, a renegociação da mesma. Hoje, o Bloco é mais um partido institucional, parlamentar, acomodado aos corredores do poder. Estava, então, na hora de recuperar a irreverência e a coragem política do Bloco das origens. É isso que será o MAS”, avalia Gil Garcia, dirigente do partido.

O partido já nasce com um grande desafio: responder à guerra social em curso, levada pelo governo da direita de Passos Coelho. Para derrotar os planos de austeridade, o partido propõe o fim do pagamento da dívida, para a criação de emprego. Também defende a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários. “É preciso ainda nacionalizar os bancos e as empresas estratégicas, canalizando esses fundos ao serviço da criação de emprego, melhoria dos serviços públicos e das condições de vida da população”, avalia André Pestana, da direção do MAS.

O partido também defende a mais ampla democracia nos sindicatos, que devem ser dirigidos pela base e não pela burocracia há anos encastelada no poder. Recentemente a UGT (União Geral dos Trabalhadores) assinou um acordo vergonhoso pactuando com os ataques do governo. Por outro lado, a CGTP, dirigida burocraticamente pelo PC, tenta controlar a revolta social.

Na avaliação do MAS, a saída para crise deve ser construída na mobilização dos trabalhadores e da juventude, como ocorreu na Revolução dos Cravos, em 25 abril de 1974, que derrubou a ditadura.

“Se no dia 24 de Abril de 1974 perguntassem à maioria do povo português se era possível acabar com a ditadura, a maioria diria que não. Achamos que, em Portugal, faz falta um novo 25 de Abril, uma nova revolução para parar a austeridade imposta pela troika e o governo. Nas empresas e nas ruas, os jovens e os trabalhadores dão os primeiros passos nesse combate”, avalia Pestana.