Rodovia Cônego Domenico Rangone foi uma das vias bloqueadas
(Foto: Dalmo Rodrigues)

 
O Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações de Rua atingiu em cheio Litoral Paulista, com destaque para as cidades da Baixada Santista
 
Estradas foram paralisadas, avenidas ficaram congestionadas e ônibus deixaram de circular. O comércio de Santos fechou. Ninguém saía, ninguém entrava, não importava a direção, não importava a cidade. Santos, Guarujá, Cubatão e São Vicente. Várias cidades, uma só frase: tudo parado.
 
As entradas de Santos e região ficaram totalmente fechadas até o início da tarde e, mesmo em meio ao congestionamento, era possível ver pessoas sorrindo, palavras de apoio e a confiança da classe operária estampada em diversos rostos. A estimativa é de que, no mínimo, mais de 30 mil trabalhadores tenham participado das paralisações, sobretudo no Polo Industrial de Cubatão.
 
Diversas rodovias da região, como Anchieta, Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Domenico Rangone, foram obstruídas, assim como a divisa entre Santos e São Vicente após ato realizado por sindicatos, estudantes e o Movimento Passe Livre (MPL). O mesmo foi feito na entrada do Porto de Santos, o maior da América Latina, onde os trabalhadores portuários e da estiva estão desde quarta-feira, 10, de braços cruzados. Os estivadores chegaram a ocupar um navio.
 
Os trabalhadores da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, sequer chegaram ao local de trabalho na parte da manhã. Tanto os petroleiros de turno, quanto os petroleiros que trabalham em regime administrativo, voltaram para casa antes mesmo de chegar ao município.
 
O bloqueio ao Polo Industrial de Cubatão, cujas fábricas foram paralisadas (Petrobras, Usiminas, Vale e outras) pela ação conjunta dos sindicatos de petroleiros, da construção civil e metalúrgicos, começou ainda de madrugada na divisa entre Santos e Cubatão, no bairro do Casqueiro. A ação ainda teve o apoio dos sindicatos dos bancários e servidores municipais, que depois se deslocaram até a Praça Mauá, em Santos, para realizar um ato unificado de todas as categorias ao meio-dia. Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação.
 
Já no período da tarde, os petroleiros do turno das 15h chegaram à refinaria, mas após uma hora de atraso, voltaram para suas casas. A rendição de turno será realizada apenas às 7h de sexta-feira, 12, fazendo com que a greve chegue a 32 horas, uma vez que o grupo responsável por fazer a rendição no final da noite desta quinta-feira é o que está dentro da refinaria desde as 23h de quarta-feira. No Tebar, em São Sebastião, houve paralisação das 7h às 9h, e 20% do efetivo cruzou os braços nesse período. Na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, a categoria também cruzou os braços por duas horas.