Passeata dos servidores municipais no centro de Porto Alegre
Ana Paula Alberton

Os servidores municipais de Porto Alegre (RS) estão em campanha salarial. A categoria aprovou um calendário de luta e reivindica reajuste de 17%. Além do índice, a categoria luta contra a retirada de direitos que a prefeitura de José Fogaça (PMDB) vem realizando. O governo está elaborando um plano de carreiras que prevê o fim da promoção a cada três anos e a implementação da avaliação por desempenho.

O direito a insalubridade também é alvo do governo. No Hospital de Pronto Socorro (HPS), esta em curso a retirada deste direito, e os trabalhadores da saúde já estão se mobilizando.

Mais uma vez, a crise
O governo Fogaça utiliza como desculpa a crise econômica mundial, dizendo que a receita do município caiu. Porém isso não é verdade. A prefeitura de Porto Alegre encerrou o ano de 2008 com mais de R$ 200 milhões de superávit e o próprio prefeito foi a público dizer que o município não seria afetado pela crise neste primeiro momento.

O que a prefeitura de Fogaça quer é fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, fazendo caixa a custa dos trabalhadores e precarizando o serviço público.

Por outro lado a corrupção aumenta. Foi denunciada, recentemente, a cobrança de propina para manter contratos com a Secretaria Municipal de Saúde, esquema pelo qual o secretario Eliseu Santos e seu partido PTB seriam os beneficiados.

Reajuste miserável
A prefeitura apresentou uma proposta de pagamento de 5,53% parcelado. Em assembleia geral, que reuniu mais de 1,2 mil trabalhadores, foi rejeitada a proposta integralmente por considerar o índice insuficiente. Foi aprovada a construção de um dia de paralisação para o dia 9 de junho.

Para o dirigente da Conlutas e militante do PSTU, André Behle, “os trabalhadores não podem pagar pela crise, é necessário organizar um grande dia de paralisação e aumentar a mobilização em defesa dos nossos direitos e por reajuste salarial”.

Fogaça e Yeda são iguais
O Rio Grande do Sul vive um processo de mobilização crescente contra a governadora Yeda, que esta envolvida em inúmeros casos de corrupção. Por outro lado, um setor da burguesia e da cúpula nacional do PT começou a vislumbrar a possibilidade de lançar uma chapa PMDB-PT nas eleições de 2010, na qual o prefeito da capital poderia ser o candidato de consenso.

A luta dos servidores municipais demonstra que o projeto político de Fogaça é idêntico ao de Yeda. Ambos querem tirar direitos dos trabalhadores e vivem com escândalos de corrupção nos seus governos, transformando-os num verdadeiro balcão de negócios para beneficiar seus partidos.

Os municipários devem aumentar sua mobilização por reajuste salarial e contra a retirada de direitos, construindo um grande dia de paralisação contra Fogaça e fortalecendo a luta pelo “Fora Yeda!”.