Os ativistas de Porto Alegre tiveram uma grande vitória neste 8 de Março. Um ato unificado, realizado pelo PSTU, PSOL, Conlutas e diversas entidades estudantis e sindicais comabtivas, reuniu cerca de 600 pessoas na manhã do dia 8, na Praça Argentina, no centro da cidade.

Tendo como centro o Dia Internacional da Mulher e o “Fora Bush do Brasil e Lula do Haiti”, os manifestantes saíram em caminhada até a Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações em Porto Alegre, por onde circulam milhares de pessoas. Militantes do PSTU distribuíram o boletim Luta Mulher que foi bem recebido pela população. Os passantes manifestaram solidariedade ao ato das mulheres.

As falas refletiram a luta antiimperialista, que se expressa também na luta contra as reformas neoliberais do governo Lula no Brasil. Ângela Doria, da Secretaria de Mulheres do PSTU de Porto Alegre disse que estavam no ato “homens e mulheres para protestar contra o senhor das guerras, contra o pagamento da dívida externa e contra as reformas que Lula quer implementar e que vão retirar direitos das trabalhadoras, como a licença maternidade, e contra a reforma universitária que afasta as mulheres da universidade”. Ela falou, também, da necessidade de se lutar pela legalização do aborto e pela implantação de creches nos locais de trabalho e de estudo.

A queima de duas bandeiras dos Estados Unidos teve grande repercussão na imprensa local. “O senhor Bush está no Brasil para dar ordens ao presidente Lula que, lamentavelmente, está aplicando uma série de reformas neoliberais”, completou Ângela.

Após a realização do ato na Esquina Democrática, os manifestantes foram ao encontro de outros setores para realizar um ato específico contra a presença de Bush no Brasil. O local marcado foi a agência do City Bank, símbolo do imperialismo na cidade. O ato foi prejudicado e só não foi maior, entretanto, por um triste fato: as mulheres da Via Campesina, num ato arbitrário e repressivo, ficaram detidas na entrada de Porto Alegre, atrasando bastante a sua chegada à cidade.

Mulheres da Via Campesina conseguem compromisso da Universidade
Após o ato, mais de mil mulheres da Via Campesina marcharam até a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para exigir do reitor que não faça nenhum acordo com a Aracruz Celulose. A reunião do Conselho Universitário da UFRGS iria votar um projeto de parceria com essa empresa.

A Aracruz tem promovido um verdadeiro desastre ecológico na região, causando o fenômeno conhecido como “deserto verde”, pelas enormes plantações de eucaliptos. Em 2006, as mulheres da Via já haviam feito uma ação contra a empresa e foram duramente reprimidas.

Elas foram recebidas pela reitoria e tiveram a promessa de que não será feito o convênio. Foi uma vitória importante e que precisa ser acompanha para garantir que, de fato, seja cumprida.