Redação

“Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com o quilombo não atiça os seus guerreiros”. Foi assim, entoando frases de resistência e luta, que o Parque da Redenção, na capital gaúcha, enegreceu nesse dia 20, Dia da Consciência Negra, na III Marcha Zumbi Dandara Independente. A caminhada fez parte das atividades do Novembro Negro e foi construída por diversas correntes, em contraposição à marcha governista e para lutar contra o racismo e pelas reparações históricas diante do crimes cometidos contra o povo negro durante séculos e até hoje.

Cerca de mil pessoas saíram em caminhada partindo dos Arcos da Redenção, dando a volta no parque e seguindo pela Avenida João Pessoa até o viaduto do Brooklin, onde terminou ao som de hip hop, reggae e samba. No trajeto também se ouviu o batuque e a dança de vários blocos afro, dentre eles o Capoeira Angola. Além do PSTU, estavam presentes organizações como Alicerce, Frente Quilombola, MAIS, MES, CST, MRS, Quilombo Raça e Classe, Movimento Mulheres em Luta e Independentes.

A luta dos negros e negras é todos os dias! Estão nos morros, nas quebradas, nas favelas, ocupam os postos de trabalho mais precarizados e ganham menos que os brancos. Mulheres negras sofrem com tudo isso, com a dupla jornada, com o assassinato dos seus filhos pelas mãos da polícia e ainda têm suas lutas apagadas da história. A resistência e a força para lutar é a nossa maior característica. É incansável, é sem cessar. Aquilombar para reparar!
Por Aline Costa, de Porto Alegre (RS)