Fala Cyro Garcia, pré-candidato à prefeito

Opinião Socialista: Qual a situação da administração municipal no Rio de Janeiro?
Cyro Garcia – A cidade do Rio de Janeiro é governada por um prefeito que “ama os ricos e odeia os pobres”. César Maia governa fazendo a alegria das empreiteiras com suas obras de fachada que, entretanto, não atendem as necessidades mais básicas dos trabalhadores. Enquanto engorda os bolsos da burguesia, corta verbas da área social, deixando a míngua principalmente a saúde e a educação, reprime os camelôs e não combate o desemprego.

O que indica que será esse processo eleitoral?
Há candidatos que se dizem de oposição, mas defendem o mesmo projeto do atual prefeito. Conde, ex-afilhado político de César Maia, agora é apoiado pela família Garotinho e pelo PMDB. Vão defender o governo do Estado, onde Rosinha também governa para os ricos, sobrando apenas migalhas compensatórias para os trabalhadores, como o programa Cheque Cidadão. Candidatos de partidos como o PFL, PSDB, PMDB e PL não são alternativa. Um exemplo disso foi a proposta de “resolver” o problema da violência na Rocinha, cercando seus moradores, como faz o hitlerista Ariel Sharon com os palestinos.

E o PT e PCdoB, como se apresentam nessa eleição?
Também não serão alternativas os candidatos dos partidos que se dizem representantes dos trabalhadores, se efetivamente integram e sustentam o governo Lula. Jorge Bittar, do PT, e Jandira Feghali, do PCdoB, defendem o governo federal. Seus partidos aprovaram ataques como a reforma da Previdência, defenderam o arrocho do salário mínimo de R$ 260 e, agora, se preparam para aprovar as reformas Sindical e Trabalhista com o objetivo de enfraquecer os sindicatos e retirar direitos históricos dos trabalhadores. Só existem estas duas candidaturas por disputa de espaço no Rio, porque não há diferença política entre eles.

Esse é o motivo da candidatura própria do PSTU?
É claro, o PSTU apresenta uma alternativa realmente de oposição e de esquerda, sem rabo preso com nenhum governo e com os patrões. Votar e apoiar nossa pré-candidatura é ter a certeza de estar construindo uma alternativa dos trabalhadores, de esquerda e socialista.

Quais os principais pontos do programa do PSTU para o Rio?
O nosso programa é voltado para os trabalhadores. Nossa prioridade é garantir emprego, salário e moradia. Não vamos combater a violência no Rio, se não garantirmos condições de vida à população. Já dissemos e reafirmamos, sem romper com a Alca e o FMI, deixando de pagar a dívida externa, todas as promessas de campanha serão apenas farsas. É impossível resolver nossos problemas mais sentidos, como desemprego, a fome e o arrocho salarial, sem parar de enviar cerca de 60% de tudo que se produz no país para pagar os juros das dívidas. Portanto, no Rio, defendemos um programa dos trabalhadores, que começa por afirmar que são os ricos que devem pagar pela crise em que se encontra a nossa cidade. Propomos sobretaxar as grandes empresas e fortunas, deixar de pagar as dívidas e acabar com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que garante a viabilidade fiscal dos governos para dar dinheiro aos banqueiros, enquanto cria a “irresponsabilidade social”.

O PSTU pretende unir a esquerda em torno de sua pré-candidatura?
Sim. O PSTU faz um chamado a todos os trabalhadores que estão decepcionados com o governo de Lula e do PT a que nos ajudem a fortalecer uma alternativa socialista. Em especial fazemos um chamado a Esquerda Socialista e Democrática a construir a unidade dos verdadeiros socialistas. A declaração de Milton Temer, dirigente deste movimento, defendendo a candidatura de Jandira Feghali não ajuda a construir uma verdadeira oposição de esquerda no Rio, só fortalece os governistas. Por isso, o nosso chamado à unidade nas lutas contra as reformas e nas eleições.

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