Nos últimos anos, o Hamas atraiu milhares de jovens palestinos dispostos a pegar em armas para lutar contra Israel, já que o Fatah havia abandonado essa causa. No seu programa consta a destruição do Estado sionista, condição absoluta para construção de uma Palestina livre. No entanto, a proposta do Hamas de estabelecer um Estado islâmico, ou seja, também teocrático, só que dirigido pelos muçulmanos, é um equívoco, como já se viu no Irã. Em vez de unir na luta todos os que se opõem à exclusão imposta pelo sionismo, independentemente de sua crença ou etnia, a proposta do Hamas se limita àqueles que ambicionam um Estado baseado na fé muçulmana.

A tomada dos quartéis da Segurança Preventiva e a expulsão de Dahlan e de todos os outros agentes da ocupação em Gaza foi uma vitória comemorada nas ruas pelos palestinos. Ela deve estimular a resistência à ocupação. Por isso, seria um erro fazer de Gaza uma pequena república islâmica.

A paz entre judeus e palestinos só virá com a destruição do Estado racista de Israel e o estabelecimento de uma sociedade democrática livre na Palestina, aberta a todos os palestinos – muçulmanos, cristãos e judeus. Essa é a bandeira da Palestina laica, democrática e não racista, que sintetiza uma das principais tarefas da revolução socialista na região.

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