A Rocinha foi ocupada por 1.237 PMs e 90 policiais civis. Sua população está sitiada. Esta realidade se agrava devido à corrupção e ao envolvimento de uma parcela importante das polícias com o crime organizado. O pior, respondeu-se militarmente a um problema social. Enquanto os problemas sociais não forem resolvidos, não haverá solução para a violência, nem segurança para a população. É preciso inverter a atual lógica das políticas públicas e colocar a segurança dos trabalhadores em primeiro lugar.

Leis como a que proíbe o porte de armas não afetam o armamento dos traficantes e assaltantes, nem os seguranças dos ricos condomínios. Só os trabalhadores, que querem proteger suas casas e suas vidas, estão desarmados.

É necessário a dissolução da Polícia Militar. O que a população precisa é de uma polícia única, civil, de caráter preventivo, democrática, com direito de greve e sindicalização; que seja proibida de reprimir manifestações populares. A polícia deve ser controlada pela população e submissa à coletividade.

A organização de base dos policiais e o controle da população são as melhores maneiras de combater as “bandas podres” que dominam as polícias.

É necessário formar Grupos de Autoproteção Comunitários para combater a criminalidade e defender os trabalhadores. Esses grupos seriam controlados pelas associações de bairros e favelas, sindicatos, movimentos de moradia e sem-teto, e entidades de Direitos Humanos. Seriam unificados em um Conselho Municipal de Segurança, com atuação na cidade.

Post author Américo Gomes, de São Paulo (SP)
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