Seria possível ter um salário mínimo que correspondesse às necessidades básicas dos trabalhadores, tal como assegura a Constituição? E por que não? Todos os argumentos contrários dos governistas não passam de ideologias a serviço da manutenção do lucro da

  • “O governo federal não tem dinheiro”.
    No entanto, para assegurar o salário de R$ 1.601, definido pelo Dieese, seriam necessários R$ 132 bilhões, menos da metade do que será entregue por Lula em 2006 aos banqueiros (R$ 272 bilhões).

  • “O déficit da Previdência iria estourar”.
    Este “déficit” é uma mentira, inventada por FHC e sustentada por Lula, para justificar a reforma da Previdência. Os dados da Unafisco, a organização sindical dos fiscais da receita, desmentem categoricamente essa farsa. Em 2004, a arrecadação total da Seguridade Social foi de R$ 220,34 bilhões enquanto as despesas somaram R$ 177,8 bilhões. Ou seja, ao contrário do que diz PT e PSDB, a Previdência não dá déficit. Na verdade, é superavitária. O governo desvia as verbas das contribuições sociais e do CPMF (que por lei deveriam ser parte da sustentação da Previdência), para o pagamento do superávit primário, e inventar esse déficit.

  • “A economia não agüenta”
    Quando falam sobre a “economia”, os governistas estão na verdade dizendo que a burguesia não aceitaria esse aumento do mínimo. Disto não temos dúvidas. Um aumento real dos salários implicaria em redução dos lucros dos donos de indústrias, bancos, comércio, etc. O que os governistas não falam é que se trata de uma opção: ou aumentam os lucros e mantém o arrocho salarial, ou reduzem os lucros e aumentam os salários. O governo Lula, assim como o de FHC, escolheu um lado, o da burguesia. A resposta que temos é simples: com o arrocho atual, são os trabalhadores que não agüentam.

    Por isso, a Conlutas, a COBAP (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas), a Unafisco, e várias outras entidades, estão fazendo uma campanha pela elevação real do mínimo. Elas defendem um reajuste imediato para R$ 551,49, o que corresponde à promessa eleitoral não cumprida de Lula, ou seja, dobrar o mínimo em termos reais. Junto com isso, é necessário assegurar um plano para chegar em quatro anos ao mínimo do Dieese.

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