Não é por acaso que o governo e a oposição burguesa estão costurando este acordão. Na verdade, eles têm muito mais acordos do que aparentam.

A grande briga que existe entre eles não é terminar ou não terminar com a corrupção. O acordo é cassar apenas alguns que ficaram mais expostos, para que a corrupção siga igual. Não existem somente 18 corruptos, não se trata de um ou outro, mas do Congresso e do governo como um todo.

Não existe tampouco uma briga entre eles para ver que projeto apresentarão ao país. Não há nenhuma diferença de importância entre os planos de governo de FHC e de Lula. Segue a mesma política econômica dos altos superávits, dos maiores juros do mundo. Apesar das aparências, apesar de ter Lula na presidência, o governo petista é mais um governo capitalista, a serviço das grandes empresas.

Mentiras
O grande acordão é para que tudo siga na mesma, tanto a política econômica como a corrupção. É para que as diferenças menores entre eles se resolvam nas eleições de 2006, em que, mais uma vez, um desses blocos vai vencer.

O acordão que está sendo negociado desmente duas grandes mentiras. A primeira é a do “golpe das elites”, a farsa dita por PT e PCdoB, para justificar toda a corrupção, como se fosse a preparação de um golpe da oposição de direita. Não existe nenhum golpe, existe a corrupção e existe um acordo entre o governo e a oposição de direita para que as investigações não sigam adiante.

A segunda mentira é a de um setor da imprensa, a serviço da oposição burguesa, que atribui a corrupção atual do governo e do PT a mais um “naufrágio” da esquerda, do socialismo. Nada mais falso. A prática da corrupção é o dia-a-dia do capitalismo, da democracia dos ricos. É por meio da corrupção direta ou indireta que os grandes empresários (a minoria da minoria da população) conseguem comprar os partidos, indicar os altos funcionários, estabelecer os contratos que lhes interessam. Foi exatamente por se render a essa prática do capitalismo, da democracia dos ricos, que o PT fez o que fez.

Existe, por outro lado, há um sentimento crescente de repúdio a tudo isso. Os trabalhadores e os jovens vêem que é necessário mudar tudo, embora não saibam bem como mudar.

Alternativa real
Para nós, é preciso, em primeiro lugar, pôr para fora este governo, este Congresso, o PT e a oposição burguesa. Não ao acordão! Fora Todos!

Uma alternativa real para este país só virá com um novo tipo de governo e regime, com uma revolução socialista. Um governo verdadeiramente dos trabalhadores, sem o PT e seus aliados burgueses, apoiado na mobilização direta. Ou seja, um governo socialista, que assuma o desafio de romper com o capitalismo para acabar com a corrupção, romper com o imperialismo para que se possa ter salários decentes, emprego e reforma agrária neste país.

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