Luiz Carlos Prates (Mancha), de São José dos Campos (SP)

O 1º de Maio, Dia Internacional de Lutas dos Trabalhadores, acontece em meio uma grande crise sanitária, social, econômica e política. O governo Bolsonaro é incapaz de garantir a defesa da vida dos trabalhadores e o sustento necessário para a população permanecer em casa. Agora, com as denúncias feitas pelo seu ex-ministro Sérgio Moro, que, aliás, sempre foi seu fiel colaborador, Bolsonaro colocou-se em uma situação insustentável. Inúmeras organizações têm assumido a necessidade de derrubar esse governo, exigindo o Fora Bolsonaro!

Neste contexto, a unidade de ação entre as centrais sindicais é muito importante no 1º de Maio. A Impossibilidade de realizar ações de rua e concentrações públicas neste momento de pandemia permitiu a proposta de realização de um 1º de Maio virtual nas redes sociais com o qual a nossa central acordo.

A CSP-Conlutas defendeu que teríamos que ter uma hierarquia na luta contra o governo e que a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” teria que ser incorporada com o aumento da polarização política no país. Até agora a maioria das centrais não concordaram com esta proposta que é cada vez mais necessária. O que está garantido é que cada uma expressará seu posicionamento nas falas divididas entre as centrais.

Na última quinta-feira (23), fomos surpreendidos por declarações na imprensa de que seriam convidados a participar do ato-live, instituições que desvirtuam o caráter classista do ato de 1º de maio. Entre eles, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM) e outros. Nós não concordamos com esta decisão e tampouco tomamos parte dela.

Para nós, é muito importante um 1º de Maio unitário, entretanto o protagonismo precisa ser das entidades dos trabalhadores, das centrais sindicais, dos movimentos populares, das organizações da juventude, dos partidos comprometidos com a causa dos trabalhadores e organizações democráticas, além das iniciativas culturais.

A CSP-Conlutas continuará insistindo para que o ato virtual do 1º de Maio esteja à altura das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras do país. Imprescindivelmente, que afirme a defesa da saúde e da vida dos trabalhadores a partir da defesa da quarentena geral, com garantia de estabilidade, emprego e salário; assim como o aumento e pagamento do auxílio emergencial. Precisamos levantar a bandeira do não pagamento da dívida pública aos banqueiros para ter os recursos necessários para as áreas da saúde e social. É necessário agitarmos o Fora Bolsonaro e Mourão, já!

No mundo inteiro, os trabalhadores mesmo em condições de isolamento social, vão protestar contra este sistema que sempre tenta descarregar a crise nas nossas costas. Por isso, conclamamos as organizações e aos trabalhadores a realizarem no nosso dia um grande panelaço em defesa da vida e exigir Fora Bolsonaro e Mourão, já!

Luiz Carlos Prates (Mancha) é integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas