Tácito Chimato

No dia 13 de julho de 1985, o mundo parava para ver o show do Live Aid, evento internacional que trazia os artistas de maior calibre dos Estados Unidos e Inglaterra. Exibido simultaneamente por diversas emissoras pelo mundo, o concerto tinha como plano arrecadar fundos para combater a fome na África, e se tornou lendário pela sua magnitude: ao todo, somou dois bilhões de telespectadores. Além disso, sua arrecadação final girou em torno de 40 a 150 milhões de libras para o fundo, o que levou um de seus criadores, Bob Geldof, a ser indicado pelo Nobel da Paz. Mas o que ficou para a história foram as apresentações: uma reunião do Black Sabbath na sua formação original, a volta para uma data única do Led Zeppelin, uma reunião entre os stones Mick Jagger e Mick Taylor com Bob Dylan, entre outros. Mas nenhuma ofuscou a do Queen, que estava em seu ápice e realizou o show mais icônico da carreira, representado no filme Bohemian Rhapsody. Tamanhas performances imortalizaram o dia 13 de julho como o aniversário do Live Aid, que acabou sendo escolhido como o dia do Rock.

Saltam aos olhos outros nomes do evento, mas sobretudo os traços comuns dos artistas: todos nativos da língua inglesa, poucos negros e poucas mulheres. A ideia do texto aqui não é problematizar o caráter de caridade que um evento como o Live Aid tem. Tampouco questionar a qualidade e validade das bandas que se apresentaram para a história do estilo. Porém, aproveitando o dia do Rock e a decisão pela data em homenagear o evento, problematizar afinal: qual o rock que conhecemos? E afinal, porque o rock parou de tocar como antes?

Anos 50 – O som da juventude

O que nós conhecemos como rock pode ser basicamente definido em torno de três décadas do século XX: os 50, 60 e 70. Mesmo que outros subgêneros do estilo “rock” tenham surgido e se radicalizado nas gerações seguintes, em nenhuma época a curva ascendente do rock enquanto fenômeno popular foi tão grande quanto nessas gerações. A partir dos anos 80 e nas duas décadas subsequentes, o gênero já está consolidado enquanto estilo musical, não fazendo sentido entrar nas problematizações de sua origem a partir desse ponto. Foquemos na origem e no que veio a se formar no imaginário do estilo mundo afora.

Assim como todo o produto no capitalismo, a música está sujeita às regras da burguesia. Um estilo rebelde, fora dos padrões estéticos do branco opressor e hétero, jamais poderia ser um estilo popular, pois uma identificação das pessoas em torno de um gênero que estimulava a rebeldia comportamental contra o sistema era uma ameaça a própria ordem da sociedade burguesa.

Dessa forma, o rock enquanto gênero se desenvolve no sul dos Estados Unidos, um contexto marcado pelo racismo explícito e institucional. Ele parte da experimentação de diversos estilos da música regional ao longo da primeira metade do século XX: As repetições de notas na guitarra do Blues (um estilo tradicionalmente negro dos negros escravizados focado em poucas notas repetidas e uma interpretação vocal vigorosa), a batida do Country (estilo desenvolvido na região dos Apalaches por imigrantes que fundia a tradição oral da música folclórica com os instrumentos locais) e a voz do Gospel (gênero negro de cânticos religiosos executados por corais nas igrejas).

Dessa forma, falar em “fundação” do rock se torna um trabalho incerto. Muitos artistas, especialmente do blues, já tinham ‘rocks’ registrados em sua obra nos anos 30 e 40, mas, como as próprias rádios eram segregadas entre a música para brancos, negros e latinos, nunca ouve uma oficialização própria. Já abordamos em um post anos atrás a história da Sister Rosetta Tharpe, a primeira artista a emplacar um rock no primeiro lugar das paradas norte-americanas.

Ocorre de os anos 50 estarem num contexto pós II-Guerra e depois da Grande Depressão. O horizonte capitalista estadunidense poderia prometer à nova geração pequena burguesa que ela não sofreria com uma crise econômica de grandes devastações nem seria mandada em massa para uma guerra. Foi nessa época que o jovem branco americano, pela primeira vez, poderia ser só jovem, e não só mais um soldado ou um condenado ao trabalho para não morrer de escassez. E, no capitalismo norte-americano, um mercado consumidor de largas proporções.

Da mesma maneira que o rock já vinha sendo produzido a eras, gerações anteriores à de 50 consumiam os sons proibidos nas rádios segregadas. Essas gerações se envolveriam com música nas mais diversas funções: produtores, engenheiros de som, compositores e claro, músicos e Disc Joquéis, os DJ´s, que eram um dos poucos profissionais que tinham acesso completo ao largo acervo negro e latino das rádios. Um deles, Sam Phillips, começa a perceber um novo estilo tocando nas gravações que recebia. Mas sabia que não poderia tocá-lo na lista principal, por se tratar de um estilo até então negro.

Sister Rosetta Tharpe

Ao se afastar do trabalho no rádio, Phillips passa a se dedicar em seu próprio selo musical. Ávido por artistas de “rock”, o mesmo sempre repetiu: “o dia em que eu encontrar um branco que cante assim, estarei milionário”. Eis que em 1953, um jovem caminhoneiro pede uns minutos na cabine para gravar uma música à sua mãe. Após a responsável fazer a prensagem do disco, ela se impressiona e chama por Phillips, que consegue o contato do jovem. Seu nome? Elvis Presley. Um garoto branco, pobre, mas que passou a vida sintonizando as estações negras e ouvindo a Sister Rosetta Tharpe nas rádios.

Elvis se tornou ícone do rock, o homem branco que leva as mulheres à loucura. Com músicas… negras. Fato desconhecido pela maioria, Elvis nunca compôs uma linha em sua carreira, sendo somente um intérprete. Claro, um dos maiores intérpretes da história, mas produto de uma indústria que buscava ávida por um estilo musical que falasse pela nova juventude burguesa, que não teria grandes preocupações com seu futuro. Com Elvis, o produto já estava praticamente pronto. Só cabia passar uma borracha na origem do novo estilo. E assim, os grandes nomes fundadores do rock foram guetizados. Alguns conseguiram permanecer abordando outros estilos, mas muitos artistas do Blues passaram a segunda metade dos anos 50 em penúria com boicote das rádios. Outros foram injustamente plagiados, presos, em um processo de perseguição que seguiu o gênero até a invasão britânica.

Anos 60 – o rock europeu, as sementes do punk e os reis do “iê-iê-iê”

Vale lembrar que essa história é acerca do rock americano veiculado nas rádios. Paralelo a esses movimentos, a juventude trabalhadora americana também pegou em instrumentos e criou seu próprio rock, bem mais visceral e mal gravado. Essa geração veio a ser conhecida como a geração de garagem, o Garage. A forma de tocar guitarra gerou uma distorção única no som, chamada de Fuzz, que se tornou parte da identidade dessa geração. Mas que na época, não encontrou muito espaço comercial. Em outros locais, como no Velho Mundo e a América Latina, esse caminho foi tão tortuoso quanto, se não mais.

O caso europeu vem na descoberta de discos de gêneros tradicionalmente negros, como o Blues e o Jazz. Isso distingue o que vinha sendo feito nos Estados Unidos e em especial do que vinha sendo feito na Inglaterra. A identificação entre as letras do Blues e o cotidiano da classe trabalhadora inglesa, que convivia com as cicatrizes da guerra nas suas cidades destruídas, em uma geração inteira sem pais e com poucos empregos fora das fábricas, foi o grande mote para o crescimento do estilo, que encontrou um terreno bem mais eclético na juventude britânica. Daí surgem alguns dos melhores guitarristas da história do rock, incluindo o primeiro “deus” do instrumento, Eric Clapton.

O estouro do rock britânico mundo afora trouxe de volta os clássicos do Blues para as paradas da língua inglesa, e não demorou para os ingleses contratarem os artistas dessa geração para turnês com seus músicos locais. Dessa forma, o blues também passou a ser difundido através de versões dos ingleses nas rádios mundo afora, incorporando ainda mais peso a um estilo já “fora da curva” da inofensiva música pop da época.

Por outro lado, o sucesso internacional do rock não poderia só se dar em países de língua inglesa. Logo que a indústria fonográfica consolidou o estilo nas suas plantas no hemisfério norte, vários emissários das sucursais do hemisfério sul se apressaram em levar cópias dos discos aos seus países,  incluindo os artistas de Garage. Mas, para facilitar a incursão local, as gravadoras contratavam artistas que atuavam nas rádios para cantar versões traduzidas.

Criou-se assim o fenômeno das versões, amplamente conhecido nas vozes femininas das cantores de rádio, como o caso de Cely Campelo, a primeira expoente do rock brasileiro. Suas versões de “Estúpido Cúpido” “Banho de Lua” e “Lacinhos cor-de-rosa” foram sucessos imediatos nas rádios nacionais, porém seu nome também foi jogado para o escanteio da história, sendo atribuída à turma da “Jovem Guarda”, em especial de Roberto Carlos, o homem branco, hétero e bem comportado o papel como expoentes do rock nacional.

Fato que mesmo sem compor, a era das versões teve papel fundamental na difusão do rock na América Latina. Não demorou muito para artistas locais passarem a compor suas próprias músicas, incorporando o rock a elementos locais da juventude na época, consolidando o estilo como um dos mais populares no continente, em especial na Argentina, com o estouro da geração de Los Gatos, Almendra e Manal.

Além da barreira do idioma, as bandas enfrentavam o forte preconceito local, já que tocavam um gênero estrangeiro e a falta de estrutura dos países latino-americanos. Enquanto as gerações americanas e europeias cresceram com boas estradas, facilitando as turnês, e tinham acesso aos melhores instrumentos da época, aqui ainda se engatinhava sobre a eletrificação dos instrumentos, além do peso das ditaduras militares, que não apoiavam nenhuma forma de expressão além do padrão “Elvis” de indústria.

O rock latino-americano, dessa forma, tem um nível de produção bem mais precário que seu ‘irmão’ inglês, mas conta com a visceralidade que viria a ser referenciada anos depois em outros movimentos, como o punk. De fato, hoje o “cargo” de fundador do movimento já é muito questionado se o justo é manter a disputa entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Bandas como a peruana Los Saicos hoje já podem ser atribuídas como uma das fundadoras do punk, já que seu som possuía todas as características exaltadas anos depois. O grupo, verdadeiro fenômeno em Lima – berço da “Saicomania” – baseou seu som na linguagem do rock garage, criando uma forma ainda mais agressiva de tocar.

Anos 70 – O rock se radicaliza

Necessário dizer que o rock também se desenvolve de forma diferente em cada local de cada país. Estilos como os hippies ou o swinging london foram profundamente impactados pela pílula anticoncepcional. A experimentação com drogas psicotrópicas em torno das universidades californianas também dá uma nova dimensão de “rebeldia” ao rock, que passa a adotar um padrão comportamental ainda mais radical em relação à sociedade.

Porém, a popularidade desses movimentos também há de ser questionada, dada a realidade da condição da maioria dos integrantes. Confundir a imensa massa do festival de Woodstock de 1969 como um evento de toda uma era não faz sentido. O ápice do movimento (de 1966 a 1968) já havia passado na época do festival, assim como as emancipações dos anos 50 e 60.

Na realidade, a classe trabalhadora e a negritude eram convocadas às pressas para a guerra do Vietnã, enquanto as reformas europeias se revelaram malsucedidas para o crescimento do países. Novas culturas também afloram na Inglaterra, como a jamaicana, extremamente popular nas ruas de Brixton, a mais famosa periferia londrina. Paralelo a isso, a ditadura se radicaliza nos países latinoamericanos, exilando boa parte dos artistas que seguiam a linha mais “psicodélica” do rock.

Nesse sentido, o legado hippie se consolidou como fenômeno temporal, com alguns artistas alcançando o status de lendas, como o caso de Hendrix e Janis Joplin. Vale lembrar que o próprio Hendrix foi vítima do racismo americano, de forma que ao ser contratado, a primeira decisão de seu agente foi lançá-lo na Inglaterra, onde foi colocado no posto de melhor guitarrista da história, que ocupa até hoje. Porém outras bandas, como Mamas and The Papas, Iron Butterfly, Jefferson Airplane e Grateful Dead, que fizeram tanto sucesso quanto os dois na época, foram marcados como um som de um movimento, não tendo o mesmo alcance em termos de influência.

Nesse sentido, a próxima geração que viria a seguir encontrou novamente nas referências do blues e do fuzz das guitarras a inspiração para seu som. Enquanto os artistas mais populares (Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple) usaram dessa forma na construção sonora de um rock mais pesado, outros grupos buscaram na mensagem mais radical de outras bandas sessentistas sua maior influência. Assim, bandas que passaram os anos 60 como marginais foram elevadas ao status de ídolos, como o caso do MC5, banda que participava de diversas manifestações sindicais na cidade de Detroit, nos Estados Unidos e os Stooges, banda liderada por Iggy Pop que realizava shows que seriam chocantes até hoje. Esses grupos foram expoentes para a reconfiguração do rock através do punk, que não só simplificou o estilo como o megafonou para uma nova escala.

As definições sobre o punk são pautadas nos exemplos europeus e americanos, porém, como Los Saicos já mostraram, as fundações do movimento são anteriores a esse processo. Isso porque para boa parte dos artistas de rock, estar ou não na indústria fonográfica burguesa, que pautava um rock branco, hétero e em inglês, nunca foi uma opção. No documentário punk, disponível na Globo Play, Debbie Harry, vocalista e fundadora da banda Blondie, comenta: “vivíamos em Nova Iorque basicamente porque era uma cidade terrível, então o aluguel era baixo. Era relativamente fácil viver de arte. Mas nunca pensamos enquanto um movimento. Era mais um lance de conseguir viver de música e fazer parte de um circuito de artistas assim”.

O punk enquanto gênero se funda na Europa, principalmente após o lançamento do disco “Nevermind the Bullocks…Here we are: The Sex Pistols”, da banda Sex Pistols. A banda é formada a partir da grife da esposa do empresário Malcolm Maclaren que reúne frequentadores da loja. A ideia era apresentar uma estética do choque, que cutucasse o tendão de aquiles inglês. Assim, as letras do baixista Gleen Matlock, único membro formalmente músico da banda, giram em torno de temas de críticas muito mais radicais que a geração hippie, que, por exemplo, em nenhum momento questionou a monarquia inglesa tão explicitamente quanto a música “God Save the Queen”.

Por outro lado, esses artistas, mesmo sendo considerados difusores do movimento, vem em paralelo de bandas mundo afora. No Brasil, por exemplo, já há a influência das bandas de Detroit a partir do meio dos anos 70. Clemente, fundador da banda Restos de Nada e vocalista da banda Inocentes, brinca no documentário “Botinada: a origem do punk no Brasil”: “A gente foi descobrir que era punk depois de ver as fotos das bandas gringas em revistas, mas o que rolou não foi uma imitação, mas sim uma identificação, porque a gente já era daquele jeito. No final, se os Ramones não tivesses dado nome pro que eles estavam fazendo, a gente teria”. Outro país com forte influência no movimento é a Austrália, que exportou o grupo The Saints para a Inglaterra poucos anos antes do lançamento do “Never Mind…”, sendo citados por Joe Strummer, fundador do The Clash, como uma de suas maiores influências.

O discurso radical dos Pistols ganhou outras dimensões com a geração de punks seguinte. A banda Crass, surgida na mesma época dos Pistols, tinha um discurso político ainda mais radical, pregando o anarquismo, a luta anti-LGBTfóbica e a defesa ambientalista. Suas turnês eram realizadas basicamente em ocupações, formando parte da cultura dos Squats, edifícios abandonados transformados em comunidades autônomas em todo o continente. Os próximos punks adeririam de cabeça nas pautas políticas através dos squats, tendo participação nos movimentos separatistas da Espanha e na queda do Stalinismo no Leste Europeu.

Referenciados nesse movimento, na América Latina, o punk cai no gosto da juventude periférica, que passe a organizar a própria cena sob o final da ditadura militar. E nos Estados Unidos, atinge principalmente setores marginais da sociedade local, como os imigrantes e o white trash, o lixo americano, ou a população estadunidense branca que vive pauperizada em parques de trailer por não possuir maneiras de pagar aluguel.

Afinal: o rock é tão ‘padrão´?

O assunto sobre o tortuoso caminho do rock é suficiente para um livro. A proposta aqui foi mostrar um pouco do que se seguiu nas décadas de maior influência do estilo para questionar até onde, afinal, o que conhecemos como rock significa o que é o estilo de fato. Hoje, passados quase 50 anos do começo do movimento punk, o que vemos é uma rejeição a figura do rock como algo retrógrado, que não toca mais em local nenhum.

Fato que, se boa parte do estilo só se desenvolveu graças à indústria fonográfica, a mesma delimitou muito bem quem deveriam ser as estrelas do estilo. Hoje, sem saber lidar com o fato que as pessoas não mais pagariam pelo consumo da música com a internet e as vendas astronômicas de discos chegaram ao fim, o rock foi escamoteado pela mesma indústria que o colocou em um pedestal. Assim, enquanto outros gêneros musicais souberam se utilizar das novas mídias, a indústria do rock definhou lentamente, até perder seu espaço quase por completo nas grandes paradas de sucesso. Hoje, depender de downloads já é realidade de qualquer artista, e a indústria aposta em turnês cada vez mais extensas e na venda de merchandise, como camisetas e outros acessórios. Essa realidade, porém, sempre foi a da maioria dos artistas do estilo, incluindo de boa parte da carreira de muitos “medalhões” da indústria.

Nossa linha temporal sobre o rock não é a linha da nossa cultura, mas sim de uma indústria que a todo momento deve encontrar novas maneiras de explorar ainda mais dos artistas. Não à toa que, enquanto a maioria dos músicos e suas equipes passam a quarentena sob a ameaça de um futuro sem sua principal fonte de renda, sites de streaming como o Spotify atingem lucros ainda maiores. Mas, como a história mostra, as coisas não são bem assim. O rock é diametralmente oposto a esse padrão de música branca que nos é imposto, cabendo primeiramente o reconhecimento da cultura negra como fundadora do estilo. Além do papel de luta que o gênero cumpriu e ainda cumpre ao redor do mundo. Negar o rock dizendo que o gênero “não faz mais sucesso” é negar 70 anos de influência na cultura pop, julgando o gênero exatamente pelo o que a indústria vende: um produto branco, hétero e de uma rebeldia juvenil, sem uma luta concreta.

Dessa forma, resgatar o papel do rock enquanto instrumento de rebeldia e a participação dos grupos fora do padrão eurocentrista da indústria fonográfica é um dever nosso como militantes. O dia 13 pode sim ter sido uma invenção capitalista. Mas todo o legado e a luta por uma arte que nos aceite como queremos ser e por um amanhã livre faz parte do nosso movimento. Feliz dia do rock, e que celebremos mais bandas e mais história nas manifestações!