Depois de dois anos sem reajuste salarial e, agora, com a MP-532 aprovada no Congresso, os trabalhadores dos Correios começam a construir uma grande greve para o próximo dia 14. Em todo o país, a categoria vai exigir de Dilma o veto da MP -532 e o aumento real de salário.

A categoria está indignada diante da proposta ridícula de 6,86% de reajuste salarial apresentada aos trabalhadores. Um índice que apenas repõe a inflação do período de gosto de 2010 a julho de 2011, desconsiderando a realidade enfrentada pelos trabalhadores: péssimas condições de trabalho, salários baixos e assédio moral.

O governo usa a crise econômica como desculpa para não dar aumento real. Mas a previsão de faturamento dos Correios, para este ano, é de R$ 14 bilhões. Só no primeiro semestre, a empresa teve crescimento de 48%, um faturamento de quase R$ 500 milhões. Este dinheiro seria suficiente para bancar a reivindicação de R$ 400 de aumento real. Mas o governo prefere arrochar o salário da categoria, enquanto aumenta o superávit primário e corta quase a metade do orçamento para pagar juros da dívida pública aos banqueiros.

É preciso aprovar a greve nas assembleias e construí-la em cada setor de trabalho deste país. Por aumento real! Contra a privatização dos Correios! Pelo veto à MP-532!

O papel dos sindicalistas pró-governo
No passado, a FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e seus sindicatos filiados sempre cumpriram um grande papel na luta contra a privatização dos Correios. No entanto, essa entidade se burocratizou e, hoje, está ajudando o governo Dilma a privatizar os Correios. Os sindicalistas governistas não fizeram a mobilização contra a MP-532, desrespeitando inclusive uma deliberação do 30º CONREP (conselho de delegados) que, em junho 2011, rejeitou o projeto e aprovou uma grande campanha na base que, infelizmente, não foi encaminhada pela a maioria da Federação, ligada ao PT.

Já a FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios), que tem seis sindicatos filiados, realizou uma ampla campanha na base contra a privatização, com jornal e cartilha que explicavam os ataques que a MP traz e as armadilhas que o governo criou com a desculpa de “modernização”. Além de fazer o debate na base, esteve no Congresso dialogando com os deputados pedindo apoio e fazendo o enfrentamento com os sindicalistas governistas e seus parlamentares traidores.

A traição dos deputados do PT e PCdoB
Não surpreende que os deputados dos velhos partidos burgueses privatistas tenham votado a favor da privatização no Congresso. No entanto, o que a maioria dos trabalhadores não esperava era a traição dos parlamentares do PT e do PCdoB.
O PCdoB teve a cara de pau de publicar uma nota tentando justificar sua traição. Nela, afirma que a MP 532 “é um importante instrumento para ampliar a atuação da ECT em âmbito nacional e permitir a entrada da empresa no mercado internacional”, pois, segundo o partido, a empresa “precisa ser ágil, moderna e atuar ativamente nesse mercado rentável”. Ainda destaca os “resultados positivos” supostamente obtidos pelas estatais de correios que implementam o mesmo projeto, como é o caso “Deutsche Post DHL, na Alemanha, a TNT, na Holanda”.

No entanto, tais argumentos não passam de mais uma mentira. O resultado da abertura do capital dessas empresas foi desemprego, precarização do trabalho e diminuição da qualidade dos serviços prestados.

Os trabalhadores que lotaram as galerias da Câmara deram as costas para os deputados do PT e PCdoB, quando esses defendiam o projeto. É preciso denunciar os deputados e senadores traidores colocando a cara deles em cartazes que devem ser afixados no país inteiro.

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