O primeiro empréstimo ao FMI vai custar ao governo Lula o equivalente a quase R$ 10 bilhões. Isso dá um Programa Bolsa Família durante um ano. Credor ou devedor do fundo, a política econômica do governo, e suas prioridades, permanecem as mesmas.

No final de março, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo prorrogaria a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) à indústria automobilística por mais três meses além do que já havia concedido. Tal renúncia, mesmo compensada com o aumento dos impostos sobre os cigarros, vai custar ao governo R$ 700 milhões só em 2009.

A medida deu novo fôlego ao setor, cujas vendas cresceram nos últimos meses. Os empregos no setor, porém, diminuíram. Durante o anúncio da redução do IPI, o governo chegou a ameaçar que condicionaria a medida à manutenção dos empregos. Poucas horas depois as montadoras já demitiam novamente, como a Peugeot-Citröen, que mandou embora 250 trabalhadores no dia seguinte ao anúncio.

A isenção do IPI, como se não bastasse, foi agora ampliada para a chamada linha branca, de eletrodomésticos como fogões e geladeiras, numa renúncia fiscal que vai custar ao governo pelo menos R$ 173 milhões. Isso mostra que os subsídios e isenções não protegem os empregos, mas tão somente os lucros das grandes empresas. O governo Lula, ao invés de decretar a proibição das demissões, prefere favorecer os lucros dos empresários à custa da redução da receita, ou seja, de dinheiro que poderia ser aplicado na saúde ou educação.

Tanto no plano externo, com sua ajuda ao FMI, quanto no plano interno, com suas medidas de ajuda às grandes empresas, a política econômica de Lula continua a favorecer os ricos.

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