Policiais militares passam ao lado de vítima baleada e não a socorrem; depois de liberar dois bandidos, PMs ficam com roupas da vítimaNo dia seguinte à derrubada do helicóptero, um crime causou ainda mais espanto. Um dos coordenadores da ONG AfroReggae, Evandro João da Silva, foi assaltado e morto no centro da capital. Ele levou um tiro e teve a jaqueta e o tênis levados.

As cenas estarrecedoras de câmeras próximas revelaram um crime seguido de outro. Primeiro, Evandro caminhando e sendo perseguido por dois assaltantes. Os bandidos rendem a vítima, atiram e roubam seu tênis e jaqueta. Em seguida, as câmeras mostram os PMs passando pela vítima, que agoniza. Eles não socorrem Evandro e, mais à frente, param os assassinos.

As cenas são asquerosas e mostram a face da polícia, sem efeitos especiais. Após alguns minutos, os policiais simplesmente liberam os bandidos. Em seguida, calmamente guardam a jaqueta e os tênis na viatura.

Os objetos nunca apareceram. Ou seja, os policiais, além de não prestarem socorro e liberado os assassinos, roubaram um casaco e um par de tênis.

Desvio de conduta?
O porta-voz da PM chamou o crime de mero “desvio de conduta”. “Ainda não podemos dizer que um crime foi cometido, pois ainda precisamos saber o que os policiais envolvidos alegam”, disse. A declaração foi tão escandalosa que o governador Sérgio Cabral (PMDB) pediu sua exoneração. Os discursos de outras autoridades, porém, não destoaram. O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que houve um “erro”. “A PM errou, trabalhou mal. Temos que ser maduros e profissionais suficientes para admitir o erro. É imperativo pedir desculpas”, afirmou.

As falas disfarçam o crime bárbaro cometido por “bandidos de farda”, na expressão dita por José Júnior, do Afroreggae, e que tanto mal estar causou em uma coletiva de imprensa.

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