A manifestação contra a vinda do presidente norte-americano foi duramente reprimida pela Polícia Militar no Rio de Janeiro, no final da tarde e início da noite desse 18 de março.

Organizada por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos, como o PSTU e a CSP-Conlutas, o protesto enfrentou, desde o início, o autoritarismo da polícia. Antes mesmo de se iniciar, na concentração na Candelária, a PM impediu a aproximação do carro de som. Momentos depois, os policiais tentaram impedir a saída dos manifestantes em passeata pela Avenida Rio Branco, em uma cena inédita.

Mesmo assim, mais de 300 ativistas saíram em caminhada rumo ao Consulado dos EUA. Quando chegavam ao Consulado, por volta das 19h, a PM reprimiu a manifestação com cassetete e balas de borracha. As últimas informações dão conta de que 15 ativistas foram presos, entre eles cinco militantes do PSTU. Há ainda vários feridos, inclusive um jornalista da CBN, atingido por uma bala de borracha.

Thiago Hastenheiter, militante do PSTU, contou que “Eles vieram com cassetetes e bombas e nos atacaram. Depois perseguiram os grupos nas ruelas próximas, atirando com balas de borracha”. Segundo Thiago, os manifestantes foram seguidos e revistados, nas ruas próximas.

A PM acusou os manifestantes de terem jogado um coquetel molotov, e usa isto como para tentar justificar a selvageria. “Não reconhecemos isso. Ninguém do PSTU atirou nada contra a embaixada”, conta Ricardo Tavares, do PSTU-RJ. “Essa é uma desculpa da polícia. Parece que voltamos para a ditadura”, protesta.

Muitos ainda não foram localizados e podem estar presos. Os presos foram levados para a 5º Delegacia de Polícia, a Rua Gomes Freire, onde, segundo informações, também está a delegada Marta Rocha, chefe da Polícia Civil. Há informações de que, entre os presos, está um menor de idade, ativista do movimento estudantil. A OAB-RJ foi procurada e está auxiliando na libertação dos manifestantes.

O PSTU repudia a violência e da absurda violação dos direitos humanos e exige respostas do governador Sergio Cabral. Para o PSTU, a agressão mostra que vale tudo para ocultar os protestos e garantir a festa ao presidente dos Estados Unidos, desde afastar moradores de comunidades de suas próprias casas até repetir métodos da ditadura, como a repressão de hoje.

O partido afirma que continuará nas ruas contra o governo Obama e a entrega do pré-sal pelo governo Dilma e convoca todos para o ato deste domingo, às 10h, no Largo do Machado.