A Polícia Militar do Haiti quer proibir as manifestações do 1º de Maio no país. Na terça-feira, 28 de abril, os dirigentes da organização Batay Ouvriye, que organiza os atos em Porto Príncipe e Le Cap, foram informados da proibição.

A organização haitiana Batay Ouvriye, junto com diversas entidades, associações universitárias, organizações de bairro e do campo, está preparando atos de 1º de Maio, em saudação ao Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. As manifestações devem ocorrer na capital Porto Príncipe e na cidade de Cap Haitien.

Essas organizações se agruparam no Coletivo para Outro Primeiro de Maio. O objetivo é, segundo nota da Batay Ouvriye, “desmistificar a tradicional comemoração da classe dominante que junto com seu Estado celebra essa data de grande luta operária, mas também mostrar nosso desacordo completo com a política geral desse governo [René Préval] que não faz mais do que seguir afundando o país num abismo”.

Os manifestantes haitianos também pedem o fim da repressão aos trabalhadores e às massas do país, salários decentes e boas condições de trabalho e de vida. Não é a primeira vez que manifestações são proibidas no país caribenho. No 1º de Maio do ano passado, também houve ordens policiais para que os protestos não se realizassem.

Essa é uma afronta ao movimento popular, à luta dos trabalhadores e à liberdade de manifestação no Haiti. Por isso, os trabalhadores pretendem dar a resposta no dia 1º de Maio com uma grande marcha. A Minustah, como são chamadas as forças de ocupação da ONU comandadas pelo exército brasileiro, através da polícia local, não pode impedir que os trabalhadores expressem seus protestos e suas reivindicações.

As entidades e organizações brasileiras devem enviar e-mails para o Ministério das Relações Exteriores e para o presidente Lula para denunciar este arbítrio.

*Com informações da delegação brasileira da Conlutas no Haiti