Passeata das estaduais
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Greve das Estaduais Paulistas enfrenta veto de Alckmin nas ruasNesta quarta, 14 de setembro, estudantes da USP, Unesp, Fatec e Unicamp enfrentaram nas ruas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) que vetou verbas destinadas às universidades estaduais paulistas.

Cerca de mil pessoas, entre elas estudantes, professores e funcionários foram até a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para protestar contra a política do governador e reivindicar mais verbas para a educação.

Depois de lotarem o prédio nas duas manifestações anteriores, todos estavam muito animados para o ato, que teve início com uma passeata pela Avenida Paulista. Muitas entidades representativas e coordenações estavam presentes no ato, entre elas a Coordenação de Luta dos Estudantes, a Conlute.

REPRESSÃO – Para impedir que os estudantes entrassem na Alesp, os batalhões de choque da Polícia Militar (PM), equipados de bomba de efeito moral e balas de borracha, ficaram perfilados na entrada da Assembléia. A cavalaria da PM também foi convocada para reprimir a manifestação, em um aparato policial como há muito não se via.

Uma parte dos presentes conseguiu ingressar na Alesp e a outra parte permaneceu do lado de fora, onde foi atacada pelos policiais. A partir daí, as ruas das redondezas transformaram-se em verdadeiros campos de batalha. A PM de Alckmin mostrou ao que veio. Dezenas de bombas foram lançadas contra os estudantes e trabalhadores que resistiam bravamente. Balas de borracha e a cavalaria também foram utilizadas sem pudor.

Treze pessoas foram detidas e cinco estudantes ficaram feridos. Um estudante da Unicamp foi levado para o 78º Distrito Policial embora estivesse com um sério ferimento no pé, causado pela explosão de uma bomba atirada pela PM. Um repórter-cinematográfico da TV Globo também foi ferido por uma bomba da PM e precisou ser medicado. Os detidos prestaram depoimento e foram liberados, voltando para a Alesp, onde chegaram pouco antes das 24 horas. Pelos informes mais recentes, já na manhã do dia 15, consta que cerca de 100 estudantes e funcionários permanecem ocupados no Plenário e 30 estão fazendo a vigília do lado de fora.

A polícia de Alckmin já havia mostrado o seu papel repressor no mesmo dia, mais cedo, contra os trabalhadores dos Correios. Um grevista foi preso em um piquete.

Luta continua
Um ato está sendo convocado para a noite de hoje, em frente à Alesp e deve contar com a participação ainda dos manifestantes que participam da marcha da Conlutas, que teve início às 15h30, na Avenida Paulista.

Com certeza, a truculência da PM servirá de combustível para as próximas mobilizações. A comunidade universitária das estaduais paulistas não se intimidará diante do governador e de seus bandidos de farda. A greve continua e a vitória é certa.

Veto pode ser derrubado ainda hoje
A sessão extraordinária com a finalidade de apreciar o veto de Alckmin à LDO teve início às 19 horas e foi encerrada por volta das 21 horas, sem que houvesse a votação. Como não houve acordo com a bancada governista, a votação só poderá ocorrer após 12 horas de debate sobre o tema em pauta, como prevê o Regimento da Alesp.

O presidente da Alesp, deputado Rodrigo Garcia (PFL), convocou uma nova sessão extraordinária para esta quinta-feira, 15/9. Quando for iniciada a nova sessão, será descontado o tempo de 1h10 de discussão já realizada na sessão de hoje.