O Congresso Nacional está nas mãos do PMDB. A maior legenda de aluguel da história da República venceu a disputa pela presidência do Senado e da Câmara.
Na Câmara, venceu o deputado Michel Temer (PMDB-SP). No Senado, o vitorioso foi José Sarney (PMDB-AP), que bateu Tião Viana (PT-AC).

Como não poderia deixar de ser, um digno mercado persa tomou conta da eleição dos candidatos do PMDB. Cargos foram negociados em troca de apoios. A farra foi tanta que a primeira preocupação dos novos presidentes será como entregar a mercadoria. “Houve uma espécie de ‘overbooking´ aqui dentro”, ironizou o senador petista Aloizio Mercadante.

A eleição de Sarney para a presidência do Senado também ressuscitou um velho e conhecido político corrupto. O senador Renan Calheiros foi o responsável pela vitória de Sarney. O episódio revela que Renan continua concentrando muito poder e influência junto ao governo.

A eleição dos peemedebistas também foi uma vitória do governo Lula. Desde o início, os candidatos contaram com o apoio do presidente. A expectativa é trazer a legenda para o apoio à Dilma Roussef, a principal candidata petista para as eleições de 2010. Dilma fez inúmeras declarações claras em favor das candidaturas, especialmente a de Sarney figura central para manter a maioria do governo no Senado.
Mas nada está definido. O PMDB sabe que a crise econômica poderá mudar radicalmente a conjuntura do país e proporcionar um desgaste da imagem do governo. Por isso, o partido mantém um pé também na canoa tucana. Michel Temer é uma figura muito próxima a José Serra, o provável candidato à presidência pelo PSDB.

Mas o PMDB vai cobrar caro pelo seu apoio. Atualmente, o partido conta com seis importantes ministérios. A cobrança por cargo vai aumentar. Por outro lado, o partido é quem vai administrar a agenda política no governo, inclusive as medidas que vão jogar a conta da crise sobre as costas dos trabalhadores.

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