Truculência da polícia dispersou o ato e mais de cem manifestantes foram detidos

O manifestante Fabricio Chaves foi baleado com três tiros durante manifestação contra as injustiças da Copa

No dia 25 de janeiro de 2014, um fato lamentável indignou toda a sociedade brasileira. O manifestante Fabricio Chaves foi baleado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Esse episódio ocorreu quando a PM reprimiu de forma brutal a manifestação “Sem direitos não vai ter copa”, que partiu do vão do MASP e circulou o centro de São Paulo. Um efetivo de dois mil policiais militares prendeu e agrediu uma série de ativistas. Mas o saldo de 135 detidos não foi o suficiente para o sanguinário governador Geraldo Alckmin.

Nesse momento, Fabricio está em coma e já passou por duas cirurgias. Ele foi baleado com arma de fogo, dois tiros no peito e um na virilha. Queremos expressar nossa solidariedade ao Fabrício, seus amigos e familiares. Esse caso não foi um acaso. Essa é a forma como a PM de São Paulo atua cotidianamente. O governador de São Paulo e a sua Polícia Militar devem responder por esse crime.

O Governo deixando claro como vai tratar as “forças oponentes”!
Essa semana se discutiu bastante na mídia a portaria aprovada pelo Governo Federal que regulamenta o uso das Forças Armadas em manifestações sociais. Esse documento é uma clara declaração de guerra aos movimentos sociais. Nele é declarado que os “movimentos sociais reivindicatórios” passam a ser, como é dito no documento, “forças oponentes”.

No ato de ontem, isso ficou bastante claro. O governo federal deu carta branca para a repressão brutal, que já vinha ocorrendo desde junho. Alckmin ordenou que a PM fizesse aquilo que o governo federal orientou: para Dilma e Alckmin, nenhum questionamento à Copa será tolerado. Irão defender, acima de tudo, as grandes empreiteiras, a FIFA, os grandes bancos, nem que seja necessário atirar contra os manifestantes.
 
Pela desmilitarização imediata da PM!
Alguns companheiros que estão de vigília no hospital ouviram de moradores relatos de que, durante a abordagem, policias gritavam para matar Fabricio. A polícia tem esse modo de operar. É assim que ela faz nas periferias todos os dias. A polícia não garante a segurança do trabalhador. Ao contrario, ela garante a segurança dos patrões, das empresas. Por isso, é mais do que necessário a desmilitarização da PM. Que os polícias tenham os mesmos deveres que qualquer civil, que não estejam submetidos à justiça militar. E que essa polícia civil seja controlada pela população!
 

Somos todos Fabricio!
Fabricio está na Santa Casa de Misericórdia, e fomos informados que aguarda um leito na UTI. Infelizmente, a Santa Casa não possui leitos suficientes, pois falta dinheiro para a Saúde no país que pretende realizar a “Copa das Copas”. Três policiais estão lá, pois Fabricio se encontra detido pela PM.

É lamentável constatar que falta leitos na UTI e sobram policiais. Alguns ativistas seguem acompanhando a situação na porta do hospital, em vigila. O endereço é R. Dr. Cesário Mota Júnior, 112. Torcemos para que Fabricio se recupere logo e possa estar conosco, o quanto antes, nos próximos atos. Pois não sairemos das ruas! O dia 25 foi só o primeiro passo. Nem as balas da PM, nem os governos irão nos fazer recuar. Somos todos Fabrício!  #NaCopaVaiTerLuta !