PM invade campus da USP

Mesmo com a saída pacífica, dois estudantes são detidos pela polícia

Em mais uma demonstração de truculência e violência da reitoria de Rodas e do governo Geraldo Alckmin (PSDB), cerca de 250 soldados de dois batalhões da Tropa de Choque da Polícia Militar desocuparam a reitoria da USP na manhã dessa terça-feira, 12 de novembro. A PM entrou no campus da universidade no Butantã por volta das 5h e só não mais houve violência pois os estudantes resolveram sair sem oferecer resistência.

Mesmo com a retirada pacífica dos alunos, que saíram do prédio antes mesmo de a polícia chegar ao local, a PM deteve de forma absolutamente arbitrária um casal de estudantes. Segundo a Polícia Civil, os estudantes podem responder por formação de quadrilha, dano ao patrimônio, furto, entre outros crimes. Eles foram levados ao 93º Distrito Policial, onde os estudantes realizam um ato à tarde, exigindo a imediata libertação dos colegas detidos e contra a criminalização do movimento.

O reitor da USP, Grandino Rodas, pediu à Justiça a reintegração de posse do prédio da reitoria, ocupado há 42 dias pelos estudantes, em pleno processo de negociação com o movimento. O Tribunal de Justiça de São Paulo, por sua vez, concedeu o mandado há uma semana, deixando claro que caberia à reitoria autorizar ou não a entrada da polícia no campus.”Para  o reito educação não somente foi, mas segue sendo caso de polícia“, divulgou em nota o DCE da USP. “Em 2013, perdendo 2 vezes na Justiça, a reitoria chegou a ser obrigada a abrir negociações e a ceder pautas do movimento. Mas agora demonstra, de modo absurdo, sua disposição de virar a mesa do tabuleiro de maneira violenta“, denuncia a entidade.

A USP utilizou a força para calar a voz dos estudantes, mas vamos deixar claro que não vão conseguir“, afirmou Arielli Tavares, estudante de Letras da universidade e da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre). “Hoje os estudantes tem a opinião que a estrutura de poder atual não pode seguir como está, e não vai ser com a força das balas que vão conseguir nos demover disso“, disse, se referindo à principal reivindicação dos estudantes: diretas para reitor e a democratização da estrutura da universidade.

VEJA o vídeo da reintegração de posse da reitoria