Nos dias 16 e 17 de agosto, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), candidato a governador pela Frente de Esquerda, Luiz Carlos “Mancha” Prates, candidato ao senado, e Dirceu Travesso, candidato a deputado federal, ambos do PSTU, fizeram campanha em fábricas, bancos e universidades na região de Campinas (SP).

Logo na manhã do dia 16, Mancha e a militância do PSTU conversaram e distribuíram panfletos entre os terceirizados da Petrobras de Paulínia. A imprensa esteve presente e gravou uma entrevista de 2 min e 30 segundos com o Mancha. Tempo precioso se pensarmos que Mancha terá somente 10 segundos no programa eleitoral a cada dois dias.

Na Replan, Mancha denunciou a precarização do trabalho terceirizado, os leilões das áreas de exploração de petróleo e o novo Fundo de Pensão proposto pela empresa, pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e pelo Governo Lula aos petroleiros. Em seguida esteve presente no Hospital das Clínicas da Unicamp para fazer campanha junto aos funcionários, onde se posicionou contrário ao processo de desvinculação dos Hospitais Universitários das instituições de ensino superior público, pois isso abriria flancos aos planos privados. Mancha também criticou os cortes de verbas dos governos federal (PT/PCdoB) e estadual (PSDB/PFL) na Saúde.

Pela tarde, Mancha e a militância do PSTU fizeram campanha em fábricas metalúrgicas para denunciar a reforma trabalhista que irá retirar direitos dos trabalhadores. Na Bosch Freios, Raildo Neves, militante do PSTU e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, explicou para os trabalhadores a importância de ter um senador metalúrgico e ligado ao movimento operário.

À noite ocorreu o lançamento da Frente de Esquerda na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A atividade reuniu cerca de 90 pessoas, entre estudantes, professores e funcionários, para ouvir Plínio, Mauro Iasi e Mancha falarem dos desafios da Frente e da importância da candidatura de Heloísa Helena. O lançamento também contou com a presença de Dirceu Travesso que fez uma intervenção saudando a unidade da esquerda.

No dia seguinte, logo pela manhã, Dirceu Travesso apresentou sua candidatura a funcionários do Banco do Brasil de Campinas. Em Piracicaba participou de uma coletiva com a imprensa, juntamente com Plínio, no Sindicato dos Metalúrgicos. E para completar o dia cheio, Plínio e Dirceu fizeram uma palestra para funcionários, professores e estudantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós (Esalq/USP).

Um dos temas centrais da discussão foi a reforma agrária, defendida tanto por Plínio quanto por Dirceu, não só em terras improdutivas mas também nas produtivas. Além disso, Dirceu elogiou a postura de Plínio durante uma entrevista, na qual foi perguntado sobre a relação com o MST e se faria uso da tropa de choque no caso de ocupações de terras. Dirceu disse que era um orgulho para a Frente ter um candidato como o Plínio, que perante as câmeras afirmou que manterá as mesmas relações com o MST construídas há mais de 20 anos, que não vacilou em negar veementemente o uso da força contra aqueles que lutam pela terra.

Sem dúvida alguma, a passagem de Plínio, Mancha e Dirceu Travesso pela região de Campinas contribuiu para o fortalecimento da campanha da Frente de Esquerda, sem contar que possibilitou levar a milhares de pessoas as principais campanhas contra os ataques neoliberais do governo Lula (reformas universitária, trabalhista e sindical).

Abaixo segue um texto da Álvaro Coimbra Simões, funcionário da Esalq (USP de Piracicaba), sobre a campanha da Frente de Esquerda em sua cidade.

“Tive o privilégio de poder assistir a um fórum de discussões com os candidatos da Frente de Esquerda Plínio de Arruda Sampaio e Didi Travesso, porém o clima estava mais para um “bate-papo” informal que temos com nossos colegas no dia-a-dia, devido à tamanha simplicidade dos candidatos e ao local, à sombra de árvores no pátio do Centro de Vivência no Campus da USP em Piracicaba.

Diante de posições revolucionárias que alimentam o espírito de todo militante da Frente de Esquerda, somente estes se dispõem a vir até o povo em eventos sem grande expressão, visto que seu maior objetivo é aproveitar o clima de eleições para conscientizar as pessoas da importância de serem cidadãos politizados e mobilizados.

Já os partidos eleitoreiros que só pensam em ganhar as eleições, a estes só interessam eventos de notória expressão e conseqüentemente retorno positivo, votos. Não é interessante para o PSDB, PT e seus lacaios o desenvolvimento de consciência política. Caso contrário, teriam votação inexpressiva. É imprescindível para a burguesia, os patrões e empresários, a alienação política da população.

Admiro muito a posição coerente que estes candidatos da Frente têm mantido, incluindo o Mancha, pois também tive a oportunidade de conhecê-lo e ouví-lo, o que infelizmente não aconteceu com nossa candidata Heloísa Helena em sua entrevista ao Jornal Nacional, onde diferenciou “programa de partido” de “programa de governo”. Entendo que são duas coisas diferentes, porém o que nos leva a entrar em um partido político são seus ideais, o “programa do partido”, jamais os ideais devem ser deixados de lado, mesmo que nos custe polemizar e bater de frente com conceitos errôneos, encravados na mente da população, mente esta deformada nos grilhões de uma educação preparada para formar “abelhas operárias”.