Mais de 300 ativistas participaram da plenária
Palikura

Terminou na tarde do dia 30, a Plenária Unificada que reuniu mais de 300 ativistas de diversas organizações como a Conlutas, Intersindical, MTL, MTST, Anel, entre outras organizações. A plenária não foi deliberativa, mas lançou as bases para o futuro da reorganização do sindicalismo e do movimento popular e social do país. Nesse sentido, foi reafirmada por todos os presentes a convocação de um Congresso Nacional da Classe Trabalhadora para 5 e 6 de junho, que poderá fundar uma nova entidade de luta, unificando os setores que se colocam à esquerda do governo Lula e da CUT.

“Esta plenária foi um marca na luta dos trabalhadores, pois aqui nós conseguimos uma unidade muito importante entre os companheiros da Conlutas, Intersindical, MTL, entre outros setores combativos”, disse ao Portal do PSTU Saulo Arcangeli, diretor do Sintrajufe/MA.

José Maria de Almeida, da Conlutas, também fez uma avaliação bastante positiva da plenária. “Foi uma plenária muito importante que lançou as bases para um congresso de unificação, que hoje, junto com o congresso da Conlutas, será um importante passo para a reorganização”.

Entres as decisões da plenária foi votado por aclamação um plano de lutas que convoca atos unitários e classistas para o dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), além do 1° de maio. O Plano inclui ainda a luta pelo aumento de salários, sem a retirada de direitos.

“Nossa expectativa – afirmou Jarina Rocha, do MTL – é unificar a esquerda, os movimentos sociais e popular e sindical numa luta de resistência contra a opressão e a exploração. Unificar as lutas e mobilizações, as eleições sindicais e a luta contra criminalização”. A sindicalista alertou ainda sobre a perseguição policial e a prisão de vários ativistas do MTL recentemente.

No início da planária também foi aprovada uma moção que reafirmou a campanha de solidariedade ao Haiti. O documento lembra que o país não precisa de ocupação, mas sim de ajuda. Em muitas intervenções foi denunciado o papel opressivo dos soldados nestes cinco anos de ocupação.

O Congresso governista chamado pelas centrais pelegas CUT, Força Sindical e outras menores para o começo de junho, não ficou sem resposta. Muitos criticaram o evento. “É um grande encontro para definirem o apoio a candidatura de Dilma, porque se fosse para organizar a luta eles nunca iriam fazer” , disse ao Portal do PSTU João Batista Oliveira, o Babá, da corrente CST do PSOL. O dirigente também falou sobre a importância do congresso de unificação. É uma necessidade, pois a classe trabalhadora perdeu suas referências e está na hora dos trabalhadores terem um instrumento de luta classista e independente do governo”, disse.

Morador do Jardim pantanal em São Paulo e membro do Terra Livre, Ronaldo, chamou a atenção da planária e foi bastante aplaudido ao denunciar a situação dos moradores de seu bairro que enfrentam quase dois meses de enchentes que já vitimaram 12 pessoas. Ele criticou o descaso dos governantes e lembrou que foi o próprio governo que incentivou os moradores a ocupar a atual região do Jardim Pantanal para desocupar outra área.

No final da plenária foi aprovada uma moção que pede punição aos policiais que atiraram contra um guardador de carros em plena marcha contra ocupação do Haiti, realizado no dia 29 no Fórum Social Mundial. A vítima é conhecida como Lázaro e faz poesia e artesanato na capital baiana. O episódio ocorreu quando o ato já estava encerrando e reafirma o histórico de violência policial e racismo em Salvador.