Movimento fará plenárias nos estados até abrilEm 2005, o movimento Oposição Nacional Bancária promete continuar a intensa mobilização contra as condições degradantes de trabalho nos bancos públicos e privados. Na plenária realizada nesta sexta, 28/1, no 5º Fórum Social Mundial, bancários de vários estados decidiram construir a luta por uma campanha salarial de emergência e contra o desconto dos dias parados durante a heróica greve de setembro de 2004.

Na maior greve nacional dos últimos tempos, trabalhadores dos bancos públicos e privados do país inteiro pararam durante trinta dias para exigir reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Ao final, a Confederação Nacional dos Bancários (CNB), entidade que deveria defender os trabalhadores, preferiu associar-se ao governo Lula e à CUT para desmobilizar e neutralizar a luta da oposição bancária.

Por considerar que a greve gerou ganhos econômicos irrisórios, a categoria vai exigir que a Confederação Nacional Bancária (CNB) realize uma campanha salarial de emergência. Segundo Cyro Garcia, do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e um dos dirigentes da Oposição, “apesar da derrota na parte econômica, houve um importante ganho político para o movimento: surgiu e fortaleceu-se uma liderança forte, saída das insatisfações da base”.

Na plenária, a Oposição Bancária também decidiu realizar uma campanha contra o acordo firmado pela CNB com os bancos públicos, que permitirá o desconto dos dias não trabalhados pelos grevistas, caso não sejam compensados até 31 de maio. Além disso, a categoria vai lutar contra as crescentes demissões nos bancos privados, parte da política de acúmulo cada vez maior de lucro e de degeneração do trabalho típicas do capitalismo.

Para se organizar, a oposição vai realizar diversas plenárias regionais até abril deste ano. Sobre a possibilidade de greve para este ano, os dirigentes bancários acreditam que é cedo para prever, mas que ela será uma necessidade. Para Garcia, “a cada ano que passa, o enfrentamento entre os donos do capital e os trabalhadores é maior. Só com greves poderemos ser vitoriosos”.