Zé Maria, da coordenação nacional da Conlutas, defende a unidade
Yara Fernandes

No dia 25 de outubro, aproveitando a presença das entidades de todo o país, houve uma Plenária Conjunta dos setores que organizaram a Marcha. A Plenária ocorreu no Minas Brasília Tênis Clube e reuniu mais de 400 pessoas. Estiveram presentes entidades como a Conlutas, a Intersindical, as Pastorais Sociais de São Paulo, o Andes-SN, Fenafisco, Fenasps, Sinasefe, Assibge-SN,

Durante toda a manhã, os ativistas debateram a necessidade de construir a unidade no movimento e de dar continuidade ao calendário de luta. Foi ressaltada a necessidade de fazer o possível para trazer de volta o MST para o calendário unificado, devido à importância deste movimento no país e dos ataques que ele vem sofrendo.

Paulinho, da Pastoral Operária, afirmou que “sabemos que tem muitos setores que podem se agregar nesta luta. Temos a tarefa de trazê-los”.

Joaninha, do Sinte (Sindicato dos profissionais da educação de Santa Catarina), deu a dimensão da responsabilidade da tarefa de construir a unidade: “para nós está colocado um grande desafio. Nós temos o direito de divergir, mas não temos o direito de dividir. É possível derrotar a reforma da Previdência e isso não é qualquer coisa”.

Uma nova direção
Além de discutir a unidade de ação necessária, inevitavelmente o debate se estendeu ao tema da construção de uma alternativa que unifique Conlutas e Intersindical numa nova direção.

Atnágoras Lopes, da construção civil de Belém, disse que “é preciso avançar na unidade, não só porque nós queiramos, mas porque a classe trabalhadora precisa. É uma necessidade da classe trabalhadora do país que a Conlutas e a Intersindical construam uma alternativa”.

Lujan, da Intersindical, também falou sobre a importância da unidade: “contradições, diferenças, existem em todos os espaços, e a disputa, obviamente, tem que ser feita em todos os espaços, mas é fundamental que a gente rompa com a disputa entre nós mesmos”.

Apesar disso, Mané Melato, também da Intersindical, informou que o grupo tem, hoje, “como resolução radicalizar na construção da Intersindical. A discussão sobre construir uma central será feita na plenária de março de 2008”.

Zé Maria falou pela Conlutas. Ele disse que “na hora de discutir a unidade, a franqueza é fundamental. As críticas entre nós devem ser feitas de forma fraterna e respeitosa. Isso ajuda a construir a unidade”. Ele finalizou afirmando que “não temos dúvida de que para lutar contra os ataques, para defender as reivindicações da classe trabalhadora, é melhor uma organização forte do que duas. Por isso, nós vamos construir a unidade de ação para as lutas, mas também seguiremos com nosso chamado aos companheiros da Intersindical”.

Ao final da Plenária, houve duas resoluções importantes: construir uma nota conjunta sobre a vitoriosa marcha de 24 de outubro e a necessidade de dar continuidade à luta e de construir a unidade; e realizar um Dia Nacional de Luta e paralisações em todo o país no início do ano que vem, a exemplo do que foi o 23 de maio deste ano.