10% do PIB já para a educação!A campanha pela aplicação dos 10% do PIB na Educação Pública alcançou todo o país. A ampla maioria dos estados organizou comitês, reproduziu e confeccionou materiais e iniciou a coleta de votos. Assim, como foi decidido corretamente pelo Comitê Nacional da Campanha, o plebiscito se materializa como um instrumento fundamental para popularizar a campanha, levando-a aos trabalhadores e à juventude.

Em quase todos os lugares, os homens e as mulheres envolvidos diretamente com a educação (professores, técnicos-administrativos, estudantes e docentes) tomaram esta campanha como sua prioridade, cumprindo papel necessário de coordená-la.

Outro elemento importante é que a luta em defesa da Educação Pública de Qualidade rompeu os muros das escolas e das universidades. Operários da construção civil, metalúrgicos, bancários, trabalhadores dos Correios, servidores públicos, rodoviários, enfim, a quase totalidade dos segmentos da classe trabalhadora, organizados nas suas entidades, se somaram a campanha, provando que educação de qualidade é um direito básico de toda população.

O Sindicato da Construção Civil de Belém (PA), por exemplo, tem divulgado a campanha nas obras e fechou seu calendário de campanha com a meta de alcançar 10 mil votos.
Em São Paulo, as atividades contam com a participação de professores, bancários, estudantes e metroviários. Além da coleta de votos nas escolas estaduais, os metroviários estão participando intensamente da campanha. Cerca de 130 mil cartas abertas à população estão sendo distribuídos pelo Sindicato dos Metroviários, preparando para a coleta de votos.

Decisiva também foi a integração plena do movimento popular que abraçou com toda força a luta pelos 10% do PIB, associando-a com a mobilização pela construção de creches públicas de qualidade. No Maranhão, por exemplo, os ativistas estão realizando o plebiscito nas atividades da VI Marcha da Periferia.
Devem servir como bons exemplos os estados do Ceará, Pará, Rio Grande do Sul, que organizaram comitês com muitas entidades e estão a todo vapor na realização do plebiscito. Em Fortaleza (CE), no dia 18 de outubro, ocorreu lançamento no Sindicato dos Rodoviários. No mesmo dia, o Programa Rádio Debate da Rádio Universitária da UFC (Universidade Federal do Ceará) foi dedicado à campanha.

A receptividade da população é imensa: as demonstrações de apoio são permanentes e, muitas vezes, formam-se filas para votar. Está claro que é uma reivindicação com apelo de massa e que este poderia ser um dos maiores plebiscitos populares já realizados no país, caso a maioria da UNE e os sindicatos filiados à CUT e à CTB, particularmente os da educação, tivessem se somado à campanha e ao plebiscito.

Infelizmente, a maior parte destas entidades colocou as suas relações com o governo acima dos interesses da população. Por isso, é de se ressaltar a posição do CPERS (sindicatos dos professores do Rio Grande do Sul), desde o início integrado à campanha, e, agora, do Sind-UTE/MG (sindicato dos professores de Minas Gerais), que fizeram caminho contrário. São sindicatos filiados à CUT, mas mantiveram sua independência em defesa dos interesses da sua categoria e da classe trabalhadora.

Portanto, para estas últimas semanas, a tarefa é arregaçar as mangas, organizar o ativismo e levar mais ainda a campanha à população trabalhadora. Fazer do plebiscito uma arma que conscientiza nossa classe. Usar o plebiscito para mostrar que os trabalhadores não vão mais aceitar que o dinheiro da educação, tão importante para o país, vá para o bolso dos banqueiros e para o ralo da corrupção. Por isso, cada voto é importante. Cada voto demonstra que não são apenas os ativistas, organizados nas entidades de classe, que levantam essa bandeira. Cada voto demonstra que há uma multidão erguendo a bandeira da educação pública de qualidade.
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