Pergunta sobre reforma foi incluída em votaçãoO plebiscito popular nacional durante o Grito dos Excluídos em setembro deve dar um salto na campanha contra a reforma da Previdência. A consulta, a ser realizada de 1° a 7 de setembro, tratará também do leilão fraudulento da Companhia Vale do Rio Doce, da política econômica do governo Lula e da privatização do setor elétrico.

A votação popular servirá, desta forma, para denunciar o desmonte da Previdência no momento em que o fórum do governo estará finalizando seus trabalhos. Em setembro também deve terminar o prazo para o fórum divulgar a proposta oficial de reforma da Previdência, que será logo remetida para aprovação no Congresso.

O plebiscito está sendo organizado por entidades dos movimentos sociais e populares, além de partidos de esquerda. As questões foram definidas durante reunião do Comitê Nacional pela Anulação do Leilão da Vale, no dia 17 de junho, em Brasília, que contou com ampla representação de diversos setores. A expectativa da organização é que durante a Semana da Pátria cerca de 10 milhões de pessoas votem, manifestando-se contra a reforma que retira direitos. A contagem dos votos será realizada em outubro e o resultado será enviado ao governo.

“Esta será uma ótima oportunidade de denunciarmos essa reforma do governo Lula que retira direitos, massificando a campanha em defesa da Previdência pública”, afirma José Maria de Almeida, da Coordenação Nacional de Lutas. A Conlutas editará um jornal nacional convocando o plebiscito, além das demais atividades da campanha.

CUT tenta boicotar campanha
Apesar da construção unitária do plebiscito, a CUT tenta agora boicotar a campanha contra a reforma da Previdência. Para evitar um desgaste maior do governo Lula, a central quer que a consulta se restrinja ao leilão da Vale. Mesmo tendo participado de todas as reuniões que definiram a campanha, que também contaram com grande número de sindicatos cutistas, a central agora afirma que não reconhece as decisões deliberadas pelo Comitê Nacional pela Anulação do Leilão nem pela Assembléia Popular.

De forma arrogante e autoritária, a CUT ameaça realizar um plebiscito só seu caso os demais setores insistam em respeitar o que foi democraticamente definido e mantenham as quatro perguntas. Desta forma, a central ameaça a unidade da campanha para preservar o governo.

“A Conlutas vai seguir insistindo no chamado à CUT para que venha compor a unidade na luta com os demais movimentos sociais. Mas a Conlutas não vai aceitar, menos ainda se submeter, aos arroubos autoritários e à chantagem desta central”, afirma Zé Maria na carta ao Comitê Nacional da campanha. O dirigente ressalta a importância de fortalecer a organização do plebiscito nas regiões, buscando inclusive a base da central, realizando plenárias conjuntas.

Reunião nacional e seminário da Conlutas fortalecem campanha
Em ambos os eventos será discutida, entre outros pontos, a marcha a Brasília em outubro

Da redação*

Nos próximos dias 5 e 6 a Conlutas irá realizar sua primeira reunião nacional em Brasília. O encontro deverá contar com grande número de dirigentes sindicais e de movimentos sociais e populares de todo o país. Além de discutir a conjuntura atual, a reunião definirá os próximos passos da coordenação na luta contra as reformas do governo, principalmente a da Previdência.

A primeira grande atividade será o seminário no dia 7, também em Brasília. O evento ocorrerá no auditório Petrônio Portela, no Senado, e deverá contar com centenas de dirigentes e ativistas sindicais. Além da Conlutas, também estão empenhados na convocação do seminário Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados), Jubileu Sul e Grito dos Excluídos, além de entidades nacionais como Andes e Fenafisco.
O objetivo do seminário é elaborar um contraponto ao Fórum Nacional da Previdência, oferecendo subsídios contra as mentiras divulgadas pelo governo e a grande imprensa. O seminário terá palestras de Maria Lúcia Fatorelli, diretora da Unafisco, do ex-deputado Sérgio Miranda, especialista em orçamento público, e de Guilherme Delgado, assessor das pastorais sociais e do Grito dos Excluídos. O evento também terá a presença da OAB e da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência da Câmara dos Deputados e do Senado.

Além do diagnóstico do projeto de reforma planejado pelo governo e da atual situação da Previdência, o seminário discutirá as próximas ações do movimento contra a reforma. “Vamos discutir propostas de ações como a participação no plebiscito durante a Semana da Pátria, uma marcha a Brasília em outubro, além da formação de um fórum alternativo ao fórum do governo”, afirma Sebastião Carlos, o Cacau, da Coordenação Nacional de Lutas de Minas Gerais e do comitê organizador do Seminário.

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