Projeto visa diminuir entre 12 mil até 20 mil o número de funcionários do bancoNas últimas eleições, muitos bancários voltaram em Lula contra Alckmin, do PSDB, porque tinham a expectativa de que o governo petista mantivesse o Banco do Brasil como um banco público, forte e que priorizasse o atendimento da maioria da população. Na ocasião, o PSTU afirmava que não era possível confiar em Lula, pois seu governo está comprometido até o último com os banqueiros. Os recentes dados sobre o lucro recorde dos bancos é uma boa prova disso.

Infelizmente, o plano de Reestruturação do Banco do Brasil, lançado na última semana, confirma também as nossas piores previsões. O plano consiste no fechamento de vários órgãos do banco, terceirização de áreas, como a coleta de envelopes nos caixas de auto-atendimento, plano de aposentadorias forçadas, remoções forçadas e demissões. Além disso, o governo Lula vai implementar um Plano de Demissões Voluntária (PDV), como fez Fernando Henrique Cardoso.

O objetivo do banco é reduzir 1.970 gerentes de contas, 2.972 caixas e na área de suporte (funcionários que não atendem o público) prevê 7.200 demissões. O cálculo é que o banco diminua entre 12 mil até 20 mil o número de funcionários. Além disso, o banco aumenta o número de Assistentes de Negócio, que hoje cumprem uma jornada de oito horas e ganham menos de comissão e horas extras.

O plano pretende aumentar a exploração dos trabalhadores, contratando trabalhadores precarizados, por meio das terceirizações, e assim burlar a jornada de seis horas dos bancários.

Mas o plano também é um ataque aos clientes do banco. De acordo com o projeto, correntistas que ganham menos R$ 2 mil deixariam de ser atendidos nas agências e passaria a receber atendimento apenas na central telefônica ou pelo auto-atendimento.

Novo perfil

A direção do banco não esconde seus planos, diz abertamente que a reestruturação se deve a necessidade de aumentar o lucro, adaptar-se a concorrência dos bancos privados e diminuir os custos. Em outras palavras, pretendem deixar o banco cada vez mais parecido com os privados.

A pergunta que fazemos é: se o Banco do Brasil ficar igual aos privados, fará sentido o Estado manter a maior parte do controle acionário da empresa? Na nossa opinião, o plano do governo é claramente um passo na privatização do Banco do Brasil.

Contra quem lutamos?

Diante dos ataques, o Sindicato dos Bancários de São Paulo e a CONTRAF/CUT, afirmam que a diretoria do BB não representa os interesses do governo Lula. Mas esta afirmação se converte em um desafio a nossa inteligência, pois se toda a diretoria do banco é constituída por cargos de confiança nomeados pelo governo. Se o presidente Lula esteve na posse do presidente do BB, se o plano é publico, não podemos compreender então porque a diretoria continua no cargo. A única explicação para isso é porque a direção goza da extrema confiança do presidente da República e o plano tem o apóio do conjunto do governo.

Por isso, a única saída é a mobilização. Nesse sentido, já houve várias passeatas, paralisações, assembléias, entre outras formas de protestos.

Nesta semana as manifestações continuarão, com a realização de assembléias na maior parte das cidades e outras atividades de mobilização, inclusive, paralisações. No dia 23 de maio vamos parar o Banco do Brasil, para exigir a imediata suspensão do plano. Nossas bandeiras são:

Fora Lima Neto da presidência do BB! Isonomia de direitos e voltado PCC e PCS de antes de 1997.

Também estaremos enfrentando a burocracia e construindo um comando eleito na base para dirigir o movimento de forma independente e combativa.