Ocupação dos sem-teto em São José dos Campos (SP) completa um ano de luta contra o governo Alckmin. No Fórum Social Mundial, será realizado o I Encontro da Coordenação de Lutas dos Movimentos Populares (CLMP).A ampla frente daqueles que vivem para explorar os trabalhadores, liderada em São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), sofreu no dia 20 uma importante derrota.

O reacionário governador paulista, que prepara há tempos um massacre em São José dos Campos (SP), foi obrigado a adiar seus planos: foi suspensa a ordem de reintegração de posse que pendia na Justiça para desalojar a ocupação Pinheirinho.

Mesmo assim, o governador tucano e seus comparsas não engoliram que uma grande ocupação urbana – com mais de 1.500 famílias – seguisse resistindo às diversas iniciativas de expulsão. Por isso, apesar dessa derrota do governador tucano, é preciso continuar a mobilização como única forma de garantir moradia digna aos companheiros.

Mobilizações impedem desocupação

A área ocupada possui 57 alqueires próxima ao bairro popular conhecido como Campo dos Alemães. O proprietário do terreno é o mega-trambiqueiro das Bolsas de Valores, Naji Nahas, que deixou de pagar IPTU e outros impostos e cuja dívida acumulada, desde 1983, soma R$ 5 milhões.

Mesmo assim, a Justiça tentou várias vezes desocupar a área. Mandados de reintegração de posse foram expedidos sob os mais suspeitos argumentos, mas foram todos derrotadas pelas diversas iniciativas políticas e jurídicas dos moradores e dos sindicatos de São José dos Campos, em especial o dos metalúrgicos.

De dezembro para cá, por duas vezes foi marcado o despejo e, nas duas, uma combinação de atos de rua (fechamento da Via Dutra e passeatas até a casa do atual prefeito da cidade, Eduardo Cury, do PSDB), e uma intensa atividade jurídica conseguiu suspender essas decisões.

Um ano de resistência

O que Alckmin e seus aliados não contavam era que, para além de seus planos, a luta e a resistência dos trabalhadores impusesse outra situação.

Em primeiro lugar, os defensores do ladrão Nahas não esperavam que a polícia municipal enfrentasse uma enorme disposição de luta dos trabalhadores, que se defenderam de seu ataque criminoso e ilegal.

Assim como não contavam que eles conquistassem o apoio e simpatia de trabalhadores, sindicatos e dos lutadores sociais da cidade.

Finalmente, os serviçais de Nahas não esperavam que a soma de tudo isso permitisse que a ocupação se transformasse em uma fortaleza habitada por lutadores dispostos a tudo para defender um de mais básicos direitos: um teto para suas famílias.

Disposição justificada pela trabalhadora Maria da Glória, com três filhos e marido desempregado: “A gente pagava um aluguel de R$ 140, mas as crianças já estavam passando fome e a dona da casa reclamava todo dia porque o aluguel estava atrasado. Graças a Deus surgiu esta oportunidade e nós vamos ficar até o fim”, disse.

Nahas, Alckmin e Judiciário, juntos contra os trabalhadores

A frente dos defensores da exploração dos trabalhadores, composta por aqueles que sempre viveram de saquear os cofres públicos impunemente (Nahas), assassinar os que lutam por uma vida melhor (PSDB em Eldorado dos Carajás) e os juízes que prendem e reprimem os que lutam contra essas injustiças (prisão de Zé Rainha e Gegê), não desistiu ainda de seu intuito de vencer os sem-teto.

A importante batalha que eles perderam agora vai com certeza enfraquecê-los, na mesma medida em que fortalecerá ainda mais os que estão dispostos a lutar por uma vida melhor.

A grande burguesia paulista e seus representantes nos poderes do Estado, assim como a sua polícia, especializada em assassinar e prender trabalhadores, deve saber que o Pinheirinho sempre vai resistir de todas as maneiras que puder. Nesta resistência contará sem dúvida com o apoio dos militantes do PSTU.

Em defesa da ocupação

Parte da campanha em defesa da ocupação do Pinheirinho é um chamado a que todos os lutadores, organizações sindicais e populares enviem mensagens, faxes e cartas exigindo do governador de São Paulo e dos juízes responsáveis pelo caso a suspensão de qualquer ordem de reintegração de posse, permitindo assim que as famílias finalmente tenham um teto. Envie mensagens para:

Excelentíssimo Sr. Governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin
Tels. (0xx11) 3745-3000, 3745-3344

Excelentíssimo Sr. Eduardo Cury
Fax (0xx12) 3941-5277 [email protected]

Dr. Rui Cascaldi –
10 Tribunal de Alçada Civil
Fax (0xx11) 3372-2595
e-mail: [email protected]

Dr. Luis Tâmbara – Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo
Tel. (0xx11) 3112-0083/0787/0771

Dr. Marcius Geraldo Porto de Oliveira – 6a Vara Civil de São José dos Campos-SP
Fax (0xx12) 3921-5266

Desembargador Marcondes Machado/ Desembargador Dr. Sebastião Carlos Garcia/ Desembargadora Dra. Isabela Gama de Magalhães Fax (0xx11) 3112-0771
Post author Jerônimo Castro, de São Paulo
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