Enquanto o “Setembro Vermelho“ do MST promete ser de trégua para o governo Lula e para os latifundiários, o da categoria petroquímica em Alagoas promete não dar trégua a patronal e aos governos federal, estadual e municipal. Isso ficou claro na assembléia que lançou a campanha salarial, no dia 2 de setembro, quando dois mil trabalhadoras (es) aprovaram uma greve de 24 horas.

A radicalização é grande na categoria, em virtude das péssimas condições de vida e de trabalho e pelo arrocho nos salários, e ainda maior entre os trabalhadores terceirizados. Vários companheiros falaram na assembléia, propondo, além de uma greve de 24 horas, outras reivindicações para serem acrescidas na pauta de reivindicações entregue à patronal no dia 25 de agosto.

Após a Assembléia os piquetes foram engrossados e ninguém mais entrou no Pólo Petroquímico de Alagoas. O “Setembro Vermelho“ pelo Fora Todos! foi discutido em quase todas as falas das pessoas que se posicionam na assembléia. A categoria terceirizada exige além da PLR, fim da discriminação, responsável pela morte de vários trabalhadores do setor, reajuste salarial, plano de saúde, insalubridade, adicional noturno, alojamento, hora extra, fim da jornada excessiva de trabalho (entre 13 e 15 horas diárias), vale-transporte sem desconto em folha, desjejum e jantar. Foi aprovado também que, se a patronal não se posicionar até o dia 8, outras mobilizações mais aguerridas serão desencadeadas.

No dia 5 de setembro, quando a direção do SINDIPETRO voltou ao Pólo para informar do contato mantido com a patronal após a paralisação, defrontou-se com uma forte repressão das empresas. Oito trabalhadores haviam recebido cartas de demissão e mais 72 estavam na ‘agulha´ para também receberem. Mas longe de apresentarem medo pelas demissões, a rapaziada demonstrou que queria lutar para reverter as oito demissões, não permitir mais nenhuma e para garantir na luta, na mobilização e na greve, se for o caso, as suas reivindicações. Várias mobilizações estão previstas para todo o mês de setembro, com paralisações marcadas para todas as empresas.