Enquanto o preço do barril do petróleo chega a U$ 100 dólares, a Petrobras mantém trabalhadores terceirizados quase sob regime escravista.
A Petrobrás, que é uma das maiores empresas do mundo, utiliza avanços tecnológicos para localizar e analisar o potencial de novas reservas.

Isso é feito por equipes sísmicas que fazem o trabalho de campo. Há duas fundamentais a ES-26 e a ES-27. A primeira atua na região de Sergipe e a segunda no Recôncavo Baiano. Seus trabalhadores são chamados de “geofisqueiros”, a maioria deles terceirizados. Na E-26 há 59 funcionários da Petrobrás e 423 contratados pela Georadar.

Esses trabalhadores são submetidos a uma jornada de trabalho de 10 horas por dia, regime de confinamento de até 60 dias por nove 9 de repouso, dormem em alojamento insalubre, que chamam de “senzalas”. São contratados por prazo determinado, geralmente de 90 dias.

Por isso, entraram em greve no dia 14 de novembro, pararam e chamaram a direção do Sindipetro de Alagoas e Sergipe, filiado à Conlutas, para apóiá-los.
A reivindicação fundamental é o cumprimento das leis trabalhistas.
A Petrobras é quem deveria assinar as carteiras de trabalho desses trabalhadores. Assim como de todos os terceirizados que hoje representam mais de dois terços dos petroleiros do país.

Mas ao invés de negociar, a Petrobras solicitou o pelotão de choque da PM. O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), atendeu prontamente o pedido e enviou a polícia para reprimir os trabalhadores no último dia 26.
Mesmo assim os petroleiros terceirizados continuam em assembléia permanente e não voltaram ao trabalho.

Os grevistas continuam enfrentando a truculência do governo Lula e do governador Marcelo Deda, defendendo trabalho igual salário igual para todos e o fim das terceirizações.
Post author Dalton Santos, de Aracaju (SE) e Américo Gomes, de São Paulo (SP)
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