Mais um caso de repressão contra os trabalhadores foi registrado na Venezuela no último dia 27. Desta vez, as forças policiais da Guarda Nacional reprimiram duramente uma manifestação pacífica de petroleiros em Puerto de la Cruz, no estado de Anzoátegui.

Os petroleiros se mobilizaram para reivindicar a adoção de um contrato coletivo, benefícios sociais – como a volta da cobertura do Sistema Integral de Saúde -, aumento de salários e incorporação de milhares de petroleiros que, segundo promessas do governo Chávez, seriam integrados a PDVSA (estatal petroleira).

No entanto, uma manifestação que reuniu cerca de mil trabalhadores, foi reprimida com bombas de gás e com tiros disparados por armas de fogo. Um trabalhador foi hospitalizado em estado grave, mas há muitos outros feridos a bala. Cerca de 30 pessoas foram presas. Informações divulgadas pela imprensa local relatam que pessoas ficaram feridas por balas disparadas por pistolas 9mm.

No início de 2003, os trabalhadores e empregados da indústria petroleira foram proclamados como heróis da resistência frente às tentativas de golpe patrocinadas pelo imperialismo. Mas agora, parece que o governo Chávez os abandonou a sua própria sorte. “Desta forma é que nos retribuem, aos que produzem a riqueza deste país, com repressão”, desabafou Héctor Rincón, diretor sindical da Fedepetrol-Anzoátegui.

O sindicalista denuncia ainda que a ação repressiva foi premeditada. “Pela manhã de hoje, o comandante da polícia do Estado, Robert Aranguren, disse na TV e na rádio que iria reprimir a mobilização dos trabalhadores para controlar a ordem pública, quando nossa manifestação era pacífica”.

Ele também recusa que os petroleiros sejam taxados de “golpistas” pelo governo Chávez, por simplesmente estarem lutado pelos seus direitos. “Nós dizemos ao povo que não somos golpistas, pois defendemos o processo revolucionário contra as ações da direita e seguiremos fazendo se necessário for, mas não vamos abrir mão dos nossos direitos”, concluiu.

Na manhã deste dia 27, os trabalhadores protagonizaram mais uma jornada de protestos, denunciando a repressão policial. Eles se dirigiram para frente da residência do diretor de Polianzoátegui, Robert Aranguren.

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