Aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro a Plenária Nacional da FNP (Frente Nacional dos Petroleiros), depois da vitoriosa greve de dois dias que a frente realizou na semana anterior. A plenária aprovou o indicativo de greve unificada, de 9 a 12 de novembro. Durante este período irão se realizar dezenas de assembléias nas bases da FNP e também nas bases da FUP.

De acordo com Clarckson Messias, diretor do Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe e da Direção Provisória da FNP: “A categoria continua com força, mas tem muitas inseguranças por causa da atuação imobilista e paralisia da direção da FUP que quer centrar seus esforços nas negociações e aprovação do marco regulatório do governo Lula”, afirma referindo-se ao novo marco regulatório de exploração de petróleo.

“Mas as ações da FNP e a pressão da base na FUP estão avançando na preparação da greve. Agora, estão indicando estado de greve e marcaram um Conselho Deliberativo para 4 e 5 de novembro em Brasília”, completa Clarckson.

Já os sindicatos da FNP vão realizar assembleias até 5 de novembro. “As assembleias devem rejeitar a segunda proposta da empresa e votar a greve nacional unificada dos petroleiros para iniciar no período de 9 a 12 de novembro. Além disso, a frente pretende participar das assembleias das bases dos sindicatos da FUP”, afirma o dirigente.

É fundamental lutar para que as assembleias dos sindicatos da FUP votem resoluções pela unidade do movimento e um calendário unificado, o que não é o objetivo da FUP. Essa luta é decisiva, principalmente nas assembleias de Belo Horizonte/Betim; Unificado de SP (Campinas e Barueri); e na do Norte Fluminense.

Campanha salarial deve ser feita junto a do petróleo
A FNP decidiu por combinar a campanha salarial com a campanha politica sobre o petróleo. Isso é fundamental, pois politiza ainda mais o debate da campanha. É necessário fazer a ligação entre os bilhões de dólares que o governo está dando para a Petrobras e seus acionistas no processo de “capitalização” e o rebaixamento salarial e a precarização do trabalho em que vivem seus trabalhadores e aposentados.
Somente assim se entende o imobilismo da direção da FUP. Seu centro é a votação do Projeto de Lei do Governo, pois ela acredita que este é progressivo e que fortalecerá a Petrobrás como empresa estatal. O que é um absurdo já que o projeto de Lula é uma continuidade de FHC e aumenta a privatização da empresa.

A FNP reafirmou sua posição de que “O Petróleo tem que ser nosso! Defesa do Monopólio Estatal do Petróleo; Por uma Petrobrás 100% Estatal; Revogação da Lei 9.478/97 de FHC; Em defesa da REFAP, TBG, TRANSPETRO 100% Estatal, Contra a Criação de uma Nova Empresa Estatal, apoio ao Projeto dos Movimentos Sociais e Contra os Projetos do Governo Lula de Marco Regulatório”.

Baseado nisso, foi proposta uma discussão com os estudantes da direção da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL) para promover um ciclo de debates nas universidades.

O próximo mês anuncia combates decisivos para os petroleiros brasileiros.

Post author Américo Gomes, assessor do Sindipetro de Sergipe e Alagoas
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