Os trabalhadores da Petrobras iniciaram, nesta segunda-feira, 23, uma greve nacional unificada. A paralisação está prevista para durar até sexta, 27. Todos os 17 sindicatos do país aderiram à greve que unificou a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Frente Única dos Petroleiros. Parte dos terceirizados também deve parar.

No dia 19, a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e seus sindicatos, buscando a unidade da categoria, se reuniram com a FUP para discutir sobre a greve pela PLR máxima. Ficou decidido, iniciar a greve hoje, segunda-feira, com a participação dos 17 sindicatos de petroleiros. Essa greve tem grande importância para a luta petroleira e de toda a classe trabalhadora, já que representa a disposição para enfrentar os patrões e ir contra os ataques que estão se intensificando com os efeitos da crise econômica mundial.

A greve está acontecendo num momento de fortes tensões nacionais e internacionais, exemplo disso é que em menos de dois meses um país como a França já passou por sua segunda greve geral, no dia 19. Nos Estados Unidos, até o mês de fevereiro, o número de desempregados era de 4,8 milhões de pessoas. Aqui no Brasil, a situação está cada vez. O caso dos 4.270 operários demitidos da Embraer é uma demonstração disso. O próprio Fórum Econômico Mundial desse ano apontou que a estimativa é de que 50 milhões de pessoas ficaram desempregadas neste ano.

Enquanto isso, os governos injetam trilhões para salvar empresas e bancos. Esse cenário torna clara a necessidade dos trabalhadores se organizarem para a luta, contra os projetos dos governos e dos patrões, de deixar sobre os ombros da classe trabalhadora o ônus da crise.

O movimento petroleiro não via uma greve nacional, envolvendo uma luta unificada de todos os sindicatos desde 1994, quando mais de 90% dos trabalhadores da Petrobras cruzaram os braços e pararam a produção em refinarias, plataformas, terminais e unidades administrativas da empresa. A greve durou 32 dias e foi decisiva para revelar o projeto privatista do governo de FHC.

A categoria precisa ser firme na greve. A Petrobras já anunciou plano de contingência contra a greve. As pressões da empresa e do governo devem ser fortes para ganhar a opinião social contra a mobilização. No entanto, não há como derrotar uma luta unificada que tenha compromisso com os interesses dos trabalhadores. A palavra de ordem é seguir na luta, todos à greve para garantir uma PLR condizente com o maior lucro da história da Petrobras.