Paralisação ocorre contra a política de privatização da Petrobrás com a venda de ativos, pela retomada das obras e em defesa dos trabalhadores e terceirizados

Petroleiros de todo o país realizam um forte dia de paralisação nesta sexta, 24. Convocada pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a mobilização ocorre em defesa da estatal e contra a política de privatização e desmonte levada a cabo pela gestão do presidente da estatal, Aldemir Bendine, e o governo Dilma.

Em Duque de Caixas (RJ),  a greve começou ainda na troca de turno desta quinta-feira, por volta das 23h. A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, cortou rendição do turno às 23h. Os trabalhadores fizeram um forte piquete. A empresa reagiu com fura-greves, mas a adesão foi total. No Terminal de Campos Elíseos (Tecam), só o supervisor apareceu.

Em Macaé (RJ), até o final da manhã, 14 plataformas entregaram a produção de suas unidades. Em Cabiúnas, o grupo que entrou no terminal nos primeiros minutos da madrugada e não trabalhou. Permaneceram juntos para evitar o assédio e constranger a equipe de fura-greves que tomavam conta do terminal. O grupo que entraria às 6h30 foi impedido pela segurança do Terminal Terrestre de Cabiúnas (TECAB) de entrar. O RH alegou que não iria tolerar atraso de mais de dez minutos. Os militantes do PSTU Macaé estiveram presentes desde a madrugada acompanhando as assembleias e apoiando os petroleiros.

Na capital, ocorreu uma manifestação unificada no final da manhã que partiu do Edifício Senado até o Edise, sede da empresa.

No Litoral Paulista, a greve também começou na troca de turno das 23h da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), e da meia-noite no Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar). Pela manhã, pararam os prédios do Edisa, o Terminal Alemoa e Pilões. Em Santos, ninguém entrou no prédio Edisa-Valongo. A paralisação está forte também na termelétrica, no prédio sede da Unidade de Operações da Petrobras na Bacia de Santos (UO-BS) e na BR Distribuidora de Cubatão. Agora, todos os terminais estão parados.

No Vale do Paraíba, estão parados a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba e a Revap de São José dos Campos, que também parou no turno das 23h de ontem. Houve piquete em todas as dez portarias. O movimento grevista está forte, e a contingência ainda não conseguiu entrar. A greve conta com a ajuda de 80 dirigentes e ativistas de diversas entidades que participam do Fórum de Luta do Vale do Paraíba (como Sindicatos dos Metalúrgicos, Químicos, Construção Civil, Alimentação, Correios, ADMAP, CSP-CONLUTAS, Unidos, PSTU, PSOL e outro) que apoiam a greve ativamente. Há piquete também em Taubaté, no terminal de gás.

Na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o grupo que entraria às 23h de quinta não entrou. No Terminal Aquaviário de Manaus e na Refinaria Isaac Sabbá (Reman), à margem do Rio Negro, em Manaus (AM), os petroleiros pararam pela manhã.

Em Sergipe, há paralisação na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e no Tecarmo desde o turno das 23h. A sede da Petrobras também está parada. Os trabalhadores do campo terrestre de Carmópolis também aprovaram paralisação. No Tecarmo, os portões principais estão fechados com faixas. Um grupo de trabalhadores se concentrou logo cedo em frente ao portão de entrada.

Rumo a uma Greve Geral dos petroleiros
A greve nacional que mobiliza a categoria petroleira mostra a disposição de luta dos trabalhadores contra os planos de privatização da Petrobrás.  “Essa greve tem que marcar o início da greve geral contra esses ataques que estamos sofrendo, nós trabalhadores da Petrobrás, e o povo brasileiro“, afirma Thalles Cahon, petroleiro da Refinaria Duque de Caxias.
 

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