Segundo Clarckson Messias, do Sindipetro AL-SE, nem na ditadura a repressão foi tão longe na empresa, que está usando interditos proibitórios contra ameaça de greve no Norte Fluminense, fura-greves e até cárcere privado.Como havia uma discussão entre os petroleiros do Norte Fluminense de iniciar uma greve nesta segunda-feira, 21 de novembro, a direção da Petrobras ocupou o TECAB, o Terminal de Cabiúnas.

No domingo, 20, às 14h, uma “equipe de pelegos” transvestido de “Grupo de Contingência” ocupou este terminal, escoltada por um forte e expressivo contingente de seguranças armados. O grupo B de trabalhadores, que realiza suas atividades normalmente, foi retirado à força da unidade, pelas portas dos fundos, e o grupo A foi impedido de entrar (sequer houve transporte para buscá-los em casa).

A demonstração de máxima truculência ocorreu em meio à campanha salarial e no mesmo dia de uma reunião com o Presidente da empresa, Jose Sergio Gabrielli. Assim, a empresa demonstra qual seu modo de negociação, mostra que seus comerciais de televisão são uma farsa e que, contra os trabalhadores, valem os métodos da Ditadura Militar.

Some-se esta atitude aos interditos proibitórios impetrados na Bahia, Sergipe e Alagoas; a repressão policial contra os grevistas em Salvador; o aumento das “batidas de segurança” nos ônibus da Replan; Equipes de Contingência (pelegos) nas plataformas (só na Bacia de Campos, a empresa embarcou mais de 500 supervisores, gerentes e outros “fura greves” que não estavam na escala) e cárcere privado de trabalhadores nas unidades operacionais da Petrobras, Transpetro e Petrobras Biocombustível (RLAM, Temadre, Fafen, campos terrestres da UOBA em todo o Recôncavo, usina de Candeias).

De ultima hora, agora, a direção da Petrobras lança um “Comunicado à força de trabalho da Bacia de Campos” em que descaradamente afirma:

“Tendo em vista que, no último dia 18, o Sindipetro-NF indicou à categoria o início de uma greve, com controle da produção a partir do primeiro minuto do dia 21 de novembro, a Petrobras buscou garantir a integridade de seus profissionais, das instalações e o controle das atividades operacionais, e entrou ontem com uma ação judicial, obtendo no mesmo dia, da Justiça do Trabalho, a Decisão Liminar de Interdito Proibitório.

O documento determina que o Sindicato não promova a ocupação das dependências da Petrobras e resguarda à Companhia o controle integral das suas atividades e, principalmente, possibilita a livre circulação dos seus empregados, gerentes e demais técnicos que desejam trabalhar, respeitando também a integridade física e psicológica dos referidos profissionais.

A decisão proíbe que o Sindipetro-NF interfira no livre exercício do trabalho daqueles que queiram embarcar ou desembarcar, e assim exercer regularmente suas atribuições nas plataformas e nas unidades administrativas da Bacia de Campos.

A liminar também estabelece ao sindicato multa pelo descumprimento da decisão da Justiça do Trabalho, no valor de R$ 100 mil por dia, por plataforma e por unidade terrestre.

A Petrobras reitera que respeita a Lei de Greve e confia na maturidade dos dirigentes sindicais em acatar as decisões da Justiça, que visam preservar a liberdade da nossa força de trabalho e a integridade das operações na Bacia de Campos.”

É um INTERDITO PROIBITÓRIO por AMEAÇA DE GREVE. Maior ataque que este não pode existir. Aceitar estes ataques é uma humilhação para os petroleiros brasileiros que iniciaram sua luta contra a Ditadura Militar.

Na reunião de hoje com Gabrielli a primeira exigência da FUP deve ser a retirada imediata deste interdito proibitório. Os petroleiros e todos os setores do movimento sindical e popular não podem aceitar este tipo de agressão. Todas as negociações devem ser suspensas até que o Grupo de Contingência (pelegos) e a Segurança Privada Armada seja retirada de todas as instalações da Petrobras e tenha fim o “cárcere privado” dos trabalhadores.

A GREVE GERAL NACIONAL DOS PETROLEIROS devem ser convocada imediatamente para ter início nesta semana, pelas reivindicações da campanha salarial e pelo fim da repressão na empresa.

Segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Petroleiros da CSP-Conlutas