Durante a greve dos petroleiros iniciada em 14 de julho, a Petrobras tem adotado medidas tão arbitrárias quanto as que se viam durante os governos militares, ou nos de Collor e FHC.

Em várias plataformas, os trabalhadores solicitaram seus desembarques para somarem-se aos grevistas em terra. Para a surpresa de alguns, a Petrobras estava retendo esses trabalhadores embarcados mesmo sem trabalharem, o que, segundo a direção do sindicato, configura “cárcere privado” do ponto de vista jurídico.

Em resposta, a greve tem adesão crescente desde seu início. Os embarcados se declaram em greve e solicitam o desembarque e os que estão para embarcar (nos aeroportos de Macaé e Campos dos Goytacazes, residentes desde o Rio Grande do Sul até o Pará) negam-se a fazê-lo. A greve conta com, aproximadamente, 70% de adesão da categoria. Das 42 plataformas, 33 estão declaradamente em greve.

A repercussão desta adesão na queda da produção é muito difícil de ser medida com precisão, mas atinge pelo menos 50%. As plataformas que estão produzindo, estão sendo operadas pela equipes de contingência, formadas por gerentes e coordenadores.

Assembléia do dia 16
A truculência da Petrobras aumentou e se voltou, inclusive, contra os dirigentes sindicais defensores do governo Lula. Vários crachás, que permitem a entrada de funcionários nas instalações da Petrobras em Macaé, foram arbitrariamente bloqueados. Assim, ativistas de base da greve e até mesmo a diretoria do Sindipetro-NF estão impedidos de entrarem. Um ativista de base foi expulso por seguranças armados de dentro do prédio de Imbetiba.

No dia 16 de julho ocorreu a primeira assembléia com a presença de todos os petroleiros grevistas da Bacia de Campos (RJ). Na assembléia, discutiram-se as diferenças entre FUP (Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT e com sindicatos ligados à CTB) e FNP (composta por sindicatos ligados à Conlutas, Intersindical e independentes). Foi um debate produtivo para esclarecer as diferenças e apontar possíveis caminhos para uma mesa nacional de unificada de negociação com a Petrobras, uma bandeira da FNP.

Quanto às negociações da PLR, a categoria está na expectativa das mobilizações das bases da FUP e da FNP.

Post author Clausmar Ribeiro, da Oposição Petroleira de Macaé (RJ)
Publication Date