Esquema de desmatamento ilegal era coordenador por gerente de Mato GrossoA chamada Operação Curupira desencadeada pela Polícia Federal para investigar casos de corrupção no Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, atingiu em cheio nomes ligados ao PT. A Polícia Federal expediu 127 mandados de prisão contra envolvidos no esquema de corrupção no órgão federal. O principal articulador do esquema de corrupção foi preso no dia 3 de junho. Trata-se do gerente executivo do Ibama no Mato Grosso, Hugo Werle, filiado ao PT.

O esquema comandado por Werle foi responsável pelo desmatamento ilegal de uma área de 43 mil hectares da Amazônia, algo como 52 mil campos de futebol. A fraude liderada pelo petista tinha como principal beneficiário o então candidato do partido à prefeitura de Cuiabá, Alexandre César. Três madeireiras investigadas pela polícia fizeram doações à campanha do PT na capital do estado.

Entre os presos pela operação também está o Secretário Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso, Moacir Pires. O governador do estado é Blairo Maggi (PPS), o maior produtor de soja do mundo. O esquema de corrupção envolvia de diretores do Ibama a despachantes e membros do governo estadual. O órgão expedia a despachantes, documento falso que autorizava o transporte de madeira. Esses documentos eram então vendidos a madeireiras fantasmas. Empresas reais compravam esses documentos para legalizar as próprias madeiras que extraíam de forma ilegal.

O esquema movimentou algo em torno de R$ 890 milhões desde 1993, e contava com envolvidos em diversos estados. Onze servidores do Ibama não concursados, foram demitidos, incluindo o diretor de Florestas do órgão em Brasília, Antônio Carlos Hummel. O caso expõe a corrupção endêmica na direção dos órgãos e empresas estatais sob a gestão do governo Lula.