Taxa de rejeição de Temer é quase o mesmo de Dilma quando afastada

Com pouco mais de um mês de governo Temer, a maioria da população chegou à conclusão de que ele é tão ruim quanto o de Dilma. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos e divulgada no último dia 27 (leia aqui), 70% dos brasileiros reprovam o governo Temer, enquanto 75% rechaçam o governo do PT. Para a maioria esmagadora, 89%, o país está no rumo errado.

A pesquisa abarcou 1200 pessoas de 72 municípios entre os dias 2 e 13 de junho, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais.

O rechaço ao governo Temer cresce na medida em que ele se torna mais conhecido. Em abril último sua desaprovação era de 62%, pula para 67% em maio até chegar nos atuais 70%. Já o governo de Dilma que amargava 80% de desaprovação em maio por essa mesma pesquisa, conta agora com 75%. Como não governa mais, essa oscilação decorre do fato da presidente afastada ter saído do foco do noticiário.

Já a avaliação pessoal de Temer, com 43% de ruim e péssimo, embora seja menor que o de Dilma quando afastada (69%), é ainda efeito do desconhecimento que muitos ainda têm sobre o presidente em exercício. Basta ver que 22% dos entrevistados não quiseram ou não souberam responder.

Outro dado interessante que a pesquisa traz é o aumento ascendente da reprovação do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Com as sucessivas citações ao principal nome da oposição burguesa na Lava Jato, a desaprovação do presidenciável tucano subiu de 51% em fevereiro, para 59% em abril, 62% e maio até chegar aos atuais 63%.

Seu colega de partido e desafeto político, Geraldo Alckmin, não tem melhor sorte, acumulando 55% de desaprovação, mesmo índice de José Serra, hoje ministro das Relações Exteriores. Já Lula sofre com uma rejeição de 68%. O rechaço aos políticos é generalizado e atinge tanto o PT quanto o PSDB.

Temer: continuidade de Dilma
A pesquisa mostra que, apesar de ainda não ser conhecido por toda a população, Temer já sofre com um desgaste que só tende a aumentar. O interino é rejeitado em praticamente todas as áreas, como Previdência e desemprego (44% de reprovação em ambas), corrupção (40%) e crise política (42%). A igual desaprovação entre Dilma e Temer mostra ainda que a maioria do povo não vê grandes diferenças entre ambos, mas continuidade.

Não é difícil entender o motivo. As reformas da Previdência ou trabalhista não são nenhuma originalidade de Temer, mas vinha sendo preparadas pelo governo Dilma. Basta lembrar que no início do ano Dilma anunciava à imprensa que a reforma da Previdência seria sua grande prioridade para o primeiro semestre. Felizmente, não conseguiu. O ministro da Fazenda da Temer, Henrique Meirelles, por sua vez, era o ministro sonhado por Lula para Dilma.

E os ministros de Temer, que estão caindo como dominós, foram figuras proeminentes do governo do PT, como Romero Jucá, ex-líder de Dilma no Senado. As cínicas falas de Dilma ou do ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmando que foi um “erro” a aliança com o PMDB de Temer não escondem o óbvio: um é continuidade do outro. Temer tenta impor o que Dilma não conseguiu.

Fora Temer, Fora Todos!
Temer é um governo fraco e odiado. E vai ficar ainda mais fraco e odiado na medida em que tenta solapar os direitos e vê seus ministros caírem um a um, e si próprio envolvido no escândalo da Lava Jato. A vida não está tão fácil pra Temer e a situação dele só tende a piorar.

Os sucessivos recuos do interino, como na Cultura e no “Minha Casa Minha Vida”, mostraram que, com luta, é possível derrotá-lo e derrubá-lo de uma vez por todas. O problema é que não vai haver mobilização contra Temer para defender Dilma e o PT, como querem os setores ligados ao PT e à Frente Povo Sem Medo e Brasil Popular. Esse é um caminho para um beco sem saída.  É preciso unificar as lutas rumo a uma Greve Geral para colocar pra fora todos eles.

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Editorial: Junho de 2013 foi só o começo