Cartaz da campanha
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Na madrugada de 7 de junho, foi preso Ronnie Cueto, secretário-geral dos trabalhadores contratados da Shougang, em greve há 58 dias.

Ronnie foi preso mediante um operativo policial nas primeiras quadras da avenida Brasil quando, acompanhado de outros dirigentes, se dirigia às oficinas da Federação Mineira. Ele foi conduzido como um criminoso aos calabouços da Dinincri (Direção Nacional Contra o Crime), onde permanece detido.

Ao mesmo tempo, à Casa do Mineiro, onde se concentram os grevistas, foram enviados destacamentos da guarda de assalto e patrulhas policiais, com fins intimidatórios. No mesmo local, se encontram duas centenas de mineiros de Casapalca que iniciaram uma greve contra a demissão de 180 de seus companheiros.

Em cerca de dois meses de greve, os operários da Shougang, apesar de suas inesgotáveis ações de protesto e de perseverança em meio à fome e às necessidades, só recebem a absoluta indiferença dos patrões chineses, que operam com a proteção e cumplicidade do governo de Alan García. Hoje a patronal joga suas fichas na justiça, tramando uma ordem de detenção contra 47 dos grevistas e destacando corpos de assalto sobre eles, com a finalidade de obter o que não puderam durante dois meses de luta heróica.

Os trabalhadores em greve exigem a reintegração de dez dirigentes despedidos, entre eles Ronnie Cueto, e de forma completa, pois são contratados e discriminados em seus direitos há 15 anos. A greve não é atendida apesar dos pronunciamentos exigindo sua solução de parte do governo regional de Ica, representantes do congresso, da Federação Mineira, e diante do fato de que o povo de Marcona vive inquieto pela paralisação.

Esses indomáveis operários sofrem agora a maior infâmia com a repressão desatada contra eles, e o poder judicial com sua atitude cúmplice mostra que no Peru a justiça existe apenas para os ricos. A indignação toma conta dos operários e do povo de Marcona, que agora reforçam sua disposição em seguir brigando pela liberdade de seu companheiro dirigente.

Mas a força combativa desses operários e de suas famílias não é suficiente diante da aliança costurada entre a patronal chinesa e o Estado. O que estes buscam é derrotá-los para manter o sistema de contratação e o despotismo que reina nas minas e fábricas do país.

Os operários de Shougang e de Casapalca pedem o apoio e a solidariedade dos organismos gremiais, da Federação Mineira, cuja plenária recente aprovou por unanimidade o apoio a sua luta, da CGTP e das organizações populares.

Tomemos partido hoje com esses trabalhadores e rompamos o cerco de silêncio cúmplice que os rodeia, e somemos a isso nosso protesto contra o regime de trabalho do capitalismo selvagem, que está na base do sucesso do governo de García.

Fazemos um chamado aos dirigentes operários e populares e aos ativistas juvenis, e às organizações operárias do mundo, a promover uma campanha de solidariedade aos operários de Shougang e Casapalca e arrancar da prisão da grande patronal mineira o dirigente operário Ronnie Cueto.

Viva a luta dos contratados da Shougang e da Casapalca!
Reintegração completa dos despedidos!
Abaixo a repressão de García, liberdade para Ronnie Cueto!

MANIFESTAÇÕES DE SOLIDARIEDADE PARA:
[email protected]
Com cópia para: [email protected]