Lançamento do comitê contra a reforma da Previdência na Ocupação Esperança. Foto Sergio Koei
Redação

A campanha contra a reforma da Previdência está sendo assumida pelos trabalhadores da periferia da Grande São Paulo. A CSP-Conlutas e o Movimento Luta Popular realizaram o lançamento de comitês populares nas Ocupações Esperança, em Osasco (SP), e no Jardim  União, Zona Sul da capital paulista.

No sábado (18), no Jardim da União, foi realizada uma roda de conversa com o dirigente da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, e Avanílson Araújo, do Luta Popular. Após o debate, rolou um sarau cultural. Muitos moradores participaram da atividade.

Atividade no Jardim União. Foto Luta Popular

“O momento é de agonia, de perda de direitos. De perda do SUS, de mais gente morrendo no hospital. E vem me discutir eleição? Eu não quero discutir Lula 2018. Eu quero que a gente se junte na porta da fábrica e aqui no acampamento, do povo urbano e rural e bote pra fora o governo e esses canalhas que tão se lixando pra nossa vida”, discursou Atnágoras Lopes da CSP-Conlutas.

“Vamos organizar e ir pra luta. O nosso lombo tá cansado de apanhar. E esse é só o início gente e dizer um “não” bem grande contra a reforma da Previdência. Não vamos morrer trabalhando e sem direitos”, disse Sandra de Moura, uma das lideranças da ocupação.

Já no domingo (19) foi a vez da Ocupação Esperança, em Osasco. Lá também houve uma plenária com moradores, integrantes da CSP-Conlutas e do Luta Popular.

Comitês para organizar a luta
A ideia desses comitês é organizar pela base dos trabalhadores ações locais e formas de luta contra a reforma da Previdência, e deve se alastrar pelo país nos próximos dias.

As reformas de Temer provocam uma profunda indignação dos trabalhadores. Contudo, é preciso transformar essa indignação em organização. O governo Temer é frágil e consegue se sustentar com base numa frente única entre empresários, latifundiários e banqueiros em prol das reformas que querem acabar com os poucos direitos da classe. Mas se o povo trabalhador reage, se organiza por baixo, faz uma greve geral, derrota as reformas e pode derrubar Temer. Esse é o objetivo dos comitês.

O próximo passo será preparar um calendário de mobilização e debates. Isso será feito com integração dos moradores das ocupações no sentido de expandir esse debate.

Discutimos com o povo o impacto da reforma da Previdência nos direitos sociais e da necessidade de prepararmos a resistência. Vamos ampliar esse debate e aprovamos um comitê como ponto de apoio para expandir esse debate no entorno das ocupações, como em sindicatos, igrejas, associações de bairro e partir disso organizar ações locais contra a reforma”, explicou Irene Maestro, integrante do Luta Popular.

Comitê no ABC paulista
No ABC paulista também teve reunião para criar um comitê contra a reforma da Previdência. A plenária foi realizada no sábado (18), em São Bernardo do Campo, na Câmara Municipal, e contou com a participação da Apeoesp da região, o SintufABC (funcionários da universidade federal do ABC), oposição sindical do funcionalismo municipal de São Bernardo, Santo André e São Caetano. Entre os partidos políticos estavam o PSTU e o PSOL do ABC.

Entre as principais definições foi indicado a participação na paralisação dos professores da rede estadual e municipal, com aulas públicas, manifestações e assembleias, junto aos estudantes secundaristas, universitários e o movimento popular nos bairros.