Após a derrota nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda (RJ), nos dias 6 e 7 de julho, a Articulação Sindical, corrente que dirige a CUT, impulsionou uma política para dividir os metalúrgicos na região, pedindo o registro de um sindicato fantasma dos siderúrgicos.

Para isso, conta com a ativa colaboração do ministro do Trabalho e ex-presidente da CUT, Luiz Marinho, que também integra a Articulação.

Golpes e divisões
O papel cumprido pela Articulação no Ministério do Trabalho é pior do que o dos pelegos nos anos 80.

Isso porque os pelegos, naquela época, quando perdiam uma eleição entregavam a direção do sindicato para a chapa vencedora. Já a Articulação, quando é derrotada em uma eleição sindical, não respeita a decisão da categoria e tenta dividir os trabalhadores, fundando sindicatos fantasmas com a colaboração do Ministério do Trabalho.

Exemplo disso foi o que aconteceu em São José dos Campos (SP). Depois de perder as eleições para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, realizadas em fevereiro de 2006, a Articulação tentou fundar um sindicato fantasma, o Sindaeroespacial, para dividir os trabalhadores.

A prática virou norma e está ocorrendo em Volta Redonda, onde tentam criar o sindicato fantasma dos siderúrgicos.

Entendendo a história
Em 1992, os trabalhadores metalúrgicos de Volta Redonda sofreram uma grande derrota quando o sindicato, outrora de luta, passou para as mãos da Força Sindical.

Situação que se reverteu após a vitória da Chapa 3 – Oposição, formada pela Corrente Sindical Classista (CSC) e independentes e apoiada pela Conlutas.
A Articulação Sindical, entretanto, não respeitou a decisão da categoria e criou na base dos metalúrgicos da maior empresa da região, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), um outro sindicato, tentando assim dividir a categoria em duas entidades.

Essa política vem sendo implementada desde 2004, quando o presidente do sindicato fantasma dos siderúrgicos, Jadir Baptista de Araújo, da Articulação, encaminhou para as empresas da região sul fluminense uma solicitação que, entre outras coisas, exigia a abertura de negociação e sua parte no pagamento da contribuição sindical.

No mesmo ano, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Carlos Perrut, da Força Sindical, entrou na Justiça exigindo a suspensão do registro.

Na época, o Juiz da 1a Vara Cível da Comarca de Resende determinou a suspensão do
registro do sindicato fantasma.

Pelegos encontram- se
Em 2005, após um racha na direção do sindicato, Carlos Perrut abandona a Força Sindical e filia-se a CUT. Ele contrata Jadir Baptista como seu assessor político.
Durante o processo eleitoral, Carlos Perrut desistiu da ação que impedia o registro do sindicato fantasma dos siderúrgicos. Assim, o caminho ficou livre para que a Justiça determinasse o restabelecimento do registro ao Ministério.

Frente à tentativa de dividir o sindicato, a chapa de oposição está tomando as medidas cabíveis contra mais esse ato covarde que enfraquece os trabalhadores e favorece os patrões e o governo federal. Esse último tem muito interesse na criação do sindicato fantasma, pois assim tentará controlar a base dos metalúrgicos da CSN.

Quando fechávamos esta edição, a oposição estava reunida para decidir a forma de luta que será travada.

Post author Emannuel de Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP)
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