O mundo está mudando. O impacto da crise econômica está sacudindo a situação política internacional.

De um lado, a ofensiva das empresas que ameaçam demitir 50 milhões de pessoas neste ano no mundo. De outro, o início da reação dos trabalhadores. Na França, uma das situações mais avançadas, ocorreu a segunda greve geral em pouco mais de um mês.

O Brasil é parte dessa realidade, com um ritmo próprio e mais lento. Já se perderam quase um milhão de postos de trabalho desde o início da crise.

A mobilização de 30 de março é uma primeira resposta nacional às demissões. Vão ocorrer greves, paralisações parciais, atos de rua e outras mobilizações. É o início de uma luta nacional que terá de ter outros passos a seguir, em direção a uma paralisação nacional.

A Conlutas teve um papel muito importante na gestação do Dia Nacional de Lutas. Esteve à frente de algumas das principais lutas contra o desemprego, como na Embraer, e fez um chamado a um dia nacional de lutas, no início marcado para 1º de abril.

A CUT foi obrigada a vir atrás marcando um outro dia para 27 de março e, depois, aceitando a unificação no dia 30. Mais uma vez, a Conlutas demonstra que, acima de tudo, busca a unidade da luta dos trabalhadores.

O dia 30 de março será assim um importante passo para o movimento operário. Mas, junto com essa unidade, existe um debate claro que opõe Conlutas, de um lado, e CUT, Força Sindical e CTB, de outro. Se depender dessas outras centrais, o dia 30 não terá posição contra o governo. A CTB chegou a anunciar que deveria ser contra “a política econômica do tucano Meirelles”.
Os trabalhadores precisam saber que Lula não é um aliado, como querem fazer crer CUT, Força e CTB. O governo tem sido um aliado das grandes empresas, a quem deu R$ 300 bilhões de dinheiro público. Os 4.270 demitidos da Embraer poderiam ter sido readmitidos caso o governo quisesse, pois tem assento na direção da empresa e poder de veto sobre as decisões. Mas, mesmo depois dos cortes, Lula deu um novo empréstimo a Embraer de R$ 700 milhões.

Por esse motivo, junto com a unidade na ação do dia 30, dois projetos se enfrentam: de um lado, CUT, Força e CTB apoiando o governo. De outro, Conlutas e outras forças cobrando de Lula a estabilidade no emprego e a reestatização da Embraer.

A Conlutas está exigindo que a CUT e a Força se somem à reivindicação de que o governo decrete a estabilidade no emprego. A entidade está chamando também essas centrais a dar o passo seguinte, apontando um dia nacional de paralisações como continuidade ao que for realizado no dia 30.

Post author Editorial do Opinião Socialista Nº 371
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